
É manhã em Aracaius - Lizaldo Vieira
Data 26/12/2011 14:47:21 | Tópico: Poemas
| É DE MANHÃ – LIZALDO VIEIRA Vem o sal O sol A brisa O vento Falando bem do meu lugar Rua da frente Ruídos de busu Charrete Carroça de burro Passantes Viajantes Passageiros do tempo É cedinho Ainda cinto sinto sinais da velha ara Coisas tolas e boas Que o tempo não apaga Nas nossas coisas Vidas Sabores Cores Amores e dores Ruas Becos e trejeitos de ara Se ancorando Acordando pra lida Totós Saindo Chegando Singrando águas mornas Morenas Do Rio Sergipe De um lado pro outro Chega se ao fundo do poço Barra Aracaju Vice versa No leito do velho Sergipe Acotovelando gente É um trelele Um disse me disse Enquanto a água sonolenta se abre a cada rasgada dos barcos Que vão e vem Levando a vida afora Refazendo se preguiçosamente Do sono de Orfeu Aqui Ali Acolá Os primeiros sinais de boas Vindas ao sol de primavera Que calorosamente lança se ao fundo do mar Da rua da frente O corre Corre Na cidadezinha Está no caminho dos cajueiros e papagaios Zé Peixe ainda arrisca seu caminhar matinal mirando a lenta passagem Do gipão adormecido esticando se lentamente Pra lotar a foz de pescado e marisco Aos tudo reanima se O rififi Por ali Por aqui Com boas a más conversas No Tales Ferraz Insinuando o inicio de velha rotina Um tal de carga e descarga Invade o beco dos cocos A Santa rosa José do prado Franco O cheiro inconfundível do aragipe muído Inpreguina todo miolo da cite Arre que bom Com bolacha sergipana Barcos abarrotados de peixe chegam aos cais Com o pescado da noite passada Tempo de rolar o cochicho de compra e venda Regatear o melhor preço No perde e ganha da oferta e procura Tempo de sonhar Com coisa boa De outros tempos Que não responderemos mais Dos botecos mal arrumados A receita boa Do bem conviver Do bom bocado Pf foi na hora Buchada de bode Feijoada sergipana Na panela de barro Mungunzá Arroz doce Com canela e cravo Moqueca de frutos do mar Comidas típicas Doces caseiros Caju Bata doce e goiaba Lá de dentro do mercado das ervas Sopra um ventinho aromático De cheiro bom Plantas medicinais Colhidas na hora Artigos curandeiros Fazem milagre Garantem as benzedeiras Ali tudo parece harmonizado Jeito Sabor Calor Tempero de um povo Que sabe amar À moda aracaius Cajueiros e papagaios Têm de tudo um bocado De coisa do mundo O Brasil de coisa gostosa Da gente simples Tinhosa Acolhedora Aportou por aqui Aracaju Uma estrelinha Cheia de sol De forte cheiro do mar Um passeio mais comprido Remando lento preguiçomente gostoso Sem pressa de chegar De Toto É coisa sem preço Cabe tão bem Em nosso gosto Nos modos de vida Da ilha de Santa Luzia Meu ar Minha terra Meu fogo sagrado E água boa de beber Cabem direitinho aqui Nos bucólicos Quadrados mágicos De Pirro Torrãozinho de ara Mundo total De janelas e instalações De braços abertos pro futuro Mais ainda Pra quem gosta de paz
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