
Multidão
Data 22/12/2011 23:18:32 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
|
Eu vi-te cair senhora de ti, Mas ainda eu… Eu vi-te cair e ser levada no rio, Tantos olhares perdidos E eu apenas queria o teu. Eu vi-te mergulhar no rio Sem quereres, Eu vi-te afogada Triste, solitária e apagada Por entre a multidão que passa. O relógio pode ter parado Mas o tempo continuou. Porém tu permaneceste igual; Inatingível, Inigualável. Igual a ti mesma e só isso. O teu olhar diluiu-se O azul não mais é azul, Nem o céu me lembra de ti. No outro dia fui dar por mim Abraçado à ideia de esquecer-te. No outro dia peguei no rosto Que pintei de ti, E a negro cobri-o Como se fosse uma ilusão. A dimensão de seres uma Tu e só tu, igual a ti mesma; Inatingível, Inigualável. Um mundo meu, Ou um mundo real; Na dimensão de poderes ser todas…
O rio passa e tu vais nele E eu cobarde que fico à margem; Preso, inatingível, inigualável Igual a mim mesmo; Preso por uma pele…
|
|