
A PORTA
Data 22/12/2011 15:35:12 | Tópico: Poemas
| Frondosa e viva representante de sua espécie. Nobre anciã imponente das serras do meu país. Ceifada da terra mãe, cessou o correr da sua seiva.
Conjunto de partes da matéria um dia viva, Talhada pelo formão do artista, Recebeu outras partes de matéria desigual!
Mesclada de ferro e aço fundidos nas maçanetas e dobradiças! Parafusos violaram a dureza da dignidade dos seus restos! Em umbrais foi erguida uma arte sem vida!
Nobre imponência, Restos em servidão! Em meu poder o seu segredo. A chave abre minha saída, Fecha minha entrada no girar da mão!
Transformaram os artistas, A arte viva em uma arte morta! E da frondosa vida, Restou apenas a minha porta!
E a quem importa se por ela passem as vidas, De tantas entradas e tantas saídas, Se não a vida que por ela passe?
E se me abro de par em par a vida da minha porta, Ou se me fecho atrás do clamor dos seus batentes, A vida não passa pelos restos fechados desta natureza morta! A porta da minha casa não é a porta da minha vida, Embora minha vida seja uma porta também!
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