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Data 05/12/2011 21:23:12 | Tópico: Poemas
| Correm as borboletas sem asas, esvoaçam Perdem-se e cansam-se, afastam-se do horizonte Correm ideias, corre nas veias um instinto animal E o crer que parece altruísta, é comodista afinal Corrói e polui o cercado, o longe é tão distante Tudo faz crer e até os recados se esgotam ao ar, cansam Estes desfasamentos intelectualizados Os monumentos a deuses passivos Cansa a falta de ideias, muito mais os cercados
As borboletas nascem para a liberdade Em voos dispersos por um dia de vida E os poetas nascem para ser ouvidos Para serem censurados ou em ombros levados Os poetas nascem para a eternidade
Só assim a escrita acontece E quem sabe um dia, o que por cá ficar Alguém reconhece. Afinal era poeta, sabia o que escrevia.
Era tão bom se o poeta adormecido Erguesse a mão do túmulo num adeus descabido Era tão bom que o poeta depois de morto Pudesse dizer obrigado Afinal valeu a pena tanto sonho inacabado.
Antónia Ruivo

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