
Brancadeira de palhaço - Lizaldo Vieira
Data 25/11/2011 14:37:19 | Tópico: Poemas
| Brincadeira de palhaço – Lizaldo Vieira É coisa só de criança Sabe aquela coisa de comer BRINCAR SE LAMBUZAR Meter a mão A cara A boca literalmente na massa Chafurdar Á vontade Afinal Bolo pra bolo bom Gostoso Com gosto de chocolate Tem que ser lambuzado Deixar tudo correr Escorrer Suavemente Feito baba de quiabo No corpo inteiro Lama fria É uma delicia Muita molequeira Melaço de engenho Puro doce Grudado e açucarado Depois da lambuzada Secar Enxugar na pele O PRAZER DE SER LIVRE CRIANÇAS Menina que brinca de mamãe Menino inventando o boi de barro Brinquedo De peteca de milho Ser o melhor dos cavalheiros Montado no cavalo de pau Senti-se palhaço solto Fazendo estripulias no picadeiro QUERO VER Viver o palhaço de pernas quebradas No armado circo sem lona Quanta poesia na lembrança Santa inocência Vai e vem Volta e meia Algumas escolas alimentam o sonho da vida O amor pueril refazendo se Abstraindo arte pura Beleza teimosa de doce viver O amor é QUERER. Extrapolar todos os limites Jorrar as fantasias Encantar se Embriagar se do bom vírus de criança Minha pele corsa Corso pra ver se revestindo de veludo Acredito que não vou perder Nenhum pedacinho de tecido Porque sou coisa que dança solta Joga pedra no poço Pula corda Tem preguiça de acordar cedo algo infantil E não se dá conta de muito rir Com as estórias Soltas e desconectas Pura conversa descompromissada Com verso Ou poema bem rimado Com toda teimosia dalma De coração! Que desmancha descontentamento Alimenta as doces birras Aviva a criancice peralta Enquanto alma de poeta Ainda tenho saudades Das teimosias de jogar papa em cara de irmãos Trocar a colher pele mão Vestir roupas impróprias Dos idosos Saudades duras Cruas Dos meus tempinhos de criança Tomar banho na biqueira Pular de corpo e alma Enlameasse Na poça da chuva Voltar a ser birrento Torrão Pés descalços No puro contato com o chão Teimosia do bom Gosto Sabores Brincadeiras Direitos de criança Saudades duras do meu mundo distante Que só escrevendo E viajando no pensamento Só agora Fazem-me chegar Pela arte de escrever A pintura da conversa com os versos Aqueles que teimam comigo Enquanto não serei indiferente Ao choro de cada dia Nas birras de minha criança Porque sei Isso só me faz o bom Observando Coisas bobas e boas Que só crianças fazem
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