
Situação atmosférica
Data 16/11/2011 13:54:29 | Tópico: Poemas
| Vejo só cinzento Carregado Chuvoso E chove mesmo! Intenso!
Dia após dia Sonhos vão nas enxurradas Sem trovoadas
Com desejos tento afastar o cinzento E ver o azul do firmamento Mas quê? Inventaram centenas de deuses Milhares de santos Eu bem peço Mas chove a cântaros E ouço prantos A chuva é precisa nalguns dias Mas não em tantos Todos os dias mudo de camisa Porque todas ficam encharcadas! Se a chuva continuar Fico de roupas sem mudas Sem nada Só com a pele nua e lisa Na chuva a boiar de papo pró ar Olhando o céu cinzento, Mas, tentando olhar além dele O azul no firmamento Nem que seja d’olhos fechados!
Em sonhos Vejo deuses e santos a chorar Então, compreendo a razão de tanta chuva cair! -“Porque chorais, seres divinais? Vós, Que sendo deuses e santos Nunca cometeis nenhum deslize!”
“Pobre diabo! Então, não vês que é devido à crise que está E à que há-de vir, Que não podemos rir! Daqui do alto, Quanto nossa vista alcança, Quanto veja, Vemos que cai menos dinheiro na nossa bandeja, Por isso, estamos todos a chorar, Por isso é que está tanta chuva a cair E não tarda darmos ordens para trovejar”
“Mas, qual é o meu papel?” Perguntei. “Sofrer. E ficas, desde já, avisado, Por toda a parte anunciado, Que os milagres vão encarecer” -“Quanto?” “O que o Governo ou a Troika entender. Eles, para manterem fazem seus arranjos! Nós aqui, para as despesas do Céu; Alimentação e lentes (para ver o que se passa) Também temos que fazer os arranjos Para manter o nível dos papos-de-anjo! E se calhar, temos de chamar o Diabo Para desenhar o plano das novas e taxas e impostos Celestiais sobre rendimentos de trabalho e heranças. Vocês, aí chamam aos diabos ministros das finanças. Preparai-vos para sofrer, Porque os milagres vão encarecer! Deixai de ir aos restaurantes comer E ide mais a missas. Alimentai-vos de hóstias, É preciso alimentar mais o espírito do que o corpo”
Acordei. Deixei de estar de papo para o ar e pus-me rastejar. Tinha começado a trovejar! …………….xx…………………… Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo Gondomar
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