
Tu
Data 15/11/2011 21:31:15 | Tópico: Poemas
| Tu, que decides como andar Aos passos de quem ousou protestar. Nas medições inconstantes de um devir Próprio, onde vivem as prostrações. Tu, que das marés fazes cama Pois detestas dormir onde se fecham os olhos. Sabes do teu medo de te unires Aos ideais que repudias. Tu, que visões transformas em Saberes que já ninguém mais assume. Tens noção da condição que abdicas Agarrar aos olhos dos libertadores. Tu, que nos tambores de guerras apagadas Assumes deter espadas Que de nada te vão servir, Pois a época acabou de cessar. Tu, que do imaginário fazes libertino Somente para se assomar Um espírito pervertido Onde as crianças já ceifam à nascença. Tu, que dos destroços fazes vida Apenas para me provar que não mais há justiça divina Pois entendes que coisas não as há Pela soma de duas partes. Tu, que já não sei definir como abstração minha És a ausência indissociável De um retracto que sou eu em finda Descaminha, tu, só tu, minha vida.
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