Uma chuva persistente, cai no meu peito, apenas por imaginar, que assim é; alagando meu “eu” interior e seus jardins, ao fundo as planícies mais verdejantes.
E em sua distinta orla, o rio galga, afora de si, cingindo meu coração de cruas ondas, que se esbatem de encontro ao mármore das pedras, que ladeiam as águas, lado a lado.
Cavalos de espuma, com suas crinas ao vento, vão pelos meus olhos, em debandada, numa representação mental, onde a realidade, são as praias, ao longe, numa suposição.
A chuva continua a cair, e eu, dentro de mim; e meus braços estendidos, são asas de pássaros, delineando voos, por entre o cinzento, e as diferentes gradações, de meu ser.
Que os meus dedos, como se ampolas de sangue, narram, apelando à natureza, as metáforas com que me teço, entre as malhas da chuva oblíqua, que cai por sobre as linhas, desta minha poesia.
Jorge Humberto 09/11/11
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