
Há histórias fantásticas (republicação)
Data 08/11/2011 20:50:59 | Tópico: Poemas
| Adormeci hoje a pensar que acordava daqui a uns anos Num apeadeiro nas crateras da Lua Onde das estrelas caíam palavras Que faziam um texto de uma frase nua Onde, no Mar da Tranquilidade As pessoas perdiam a idade Onde não se criavam raízes E podiam ser eternamente felizes Onde por entre naves espaciais Voavam borboletas e flores magistrais Pássaros Fénix imortais E aí esperava por ti Da tua carreira regular de Vénus Com escala breve por aqui Fato espacial branco cru Por cima de um corpo nu Olhaste e vieste a mim Onde os semáforos espaciais eram folhas de plátano Que só mudavam de cor nas estações siderais Onde o tempo era imponderável Mas o solo pouco arável E por isso as flores cresciam no ar sem ar E não podiam parar a idade Nem a força da gravidade Foste breve no olhar mas lenta no respirar Rarefeito o ar e o teu escutar Tinhas pressa do espaço e da sua arte Das velocidades de anos-luz Dos cruzamentos com Marte De um voo espacial nocturno Com passagem por Saturno Pressa a amores sempre fiéis De tocares os seus anéis Agora de saída após a tua partida Contemplo essa bola azul De senhora e eterna idade Onde tudo é terreno e destino Onde podia tocar-te sem esse fato espacial Sem que levasses a mal Onde a gravidade nos agarra à terra Onde podemos ser pensamento Mesmo triste Mas onde a vida existe É só ela mesmo responde Quando a Lua se esconde
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