
À Noite (Hermann Hesse)
Data 03/11/2011 12:14:33 | Tópico: Poemas -> Intervenção
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À noite, pelos campos, Lentos passeiam os amantes, As mulheres soltam seus cabelos, O dinheiro conferem os comerciantes.
Atemorizados burgueses lêem as novidades Em seus vespertinos, As crianças dormem sonhos profundos Cerrando fortes seus punhos.
Cada qual faz o verdadeiro Seguindo fiel obrigação Burguês, amantes e recém-nascidos E eu próprio, negação?
Que nada! Também tenho minhas manias Das quais me sinto escravo, Não me prescindo do espírito mundano Elas também fazem sentido.
Andando, para cima e para baixo, Danço em meu íntimo, Sussurrando bobas cançoes, Bendigo a mim e Deus,
Bebo vinho e fantasio Em ser um pachá, Me preocupo com meus risns, Sorrio, bebo ainda mais,
Digo sim ao meu coração, [De manhã isso é impossível], De antigas amarguras Teço brincando poesias,
Vejo a lua e as estrelas a girar Pressentindo seu sentido, Sinto-me levado por eles Sem me importar para onde.
Hermann Hesse, escritor e poeta alemão, In: Caminhada, Ed. Record.
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