
Marabá.
Data 23/10/2011 16:09:02 | Tópico: Poemas
| O teu povo aprendeu a navegar, O meu deseja sobreviver. O teu a disputar, O meu a conviver!
Teu povo criou armas, Tomando por inimigo quem dissesse não. O meu sabe que superar os carmas É garantia de paz neste chão!
Teu povo aprendeu, com a violência, A tomar tudo o que queria. O meu aprendeu que a sapiência Faz superar um novo dia!
Teu povo sabe que com um tiro Pode-se ferir uma nação. O meu sabe apenas que o último suspiro Não põe fim a uma missão!
O teu povo só deseja a guerra, Destruir e conquistar. O meu convive com a terra Entre o céu e o mar!
Teu povo dilacera o que tem E aquilo que pertence a outros. O meu só deseja o bem Com o que nos resta, que é pouco!
Teu povo não quer a paz, Mas sim seduzir, procriar. O meu já não tem como voltar atrás, Precisa apenas continuar!
Teu povo destrói a vida E corre atrás de outras, Planta parasitas nas margaridas E suga outros povos com fúria louca!
Teu povo faz a agonia Surgir, brotar do chão. O meu só quer a poesia Brotando na palma da mão!
Teu povo construiu canhões, Gerando agonia e dor. O meu só quer canções, Carinho, doçura e flor!
Teu povo fez a espada E inventou o desespero. O meu só fez da palavra, O bálsamo contra o medo!
Teu povo é igual a tu, Que destrói sem conhecer, Sem ver que sob o céu azul Também precisa sobreviver!
Teu povo varou o espaço À procura de conhecimentos. Porém, perdeu-se nos próprios passos, Sem paz e contentamento!
Meu povo não quer devastar, Nem tampouco transgredir. Meu povo, marabá, Quer apenas prosseguir!
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