
Retóricas bem vindas - Lizaldo Vieira
Data 20/10/2011 21:38:50 | Tópico: Poemas
| Retóricas bem vindas- Lizaldo Vieira Mesmo desvairada Fora de moda Esquecida Eu ainda queria repetir as mesmas canções De Luiz Eu só queria Sem ter que trocar o velho repertório Por outra outra melodia Quantas vezes ditas Cansadas E suada de gurra Cantadas em verso e prosa Feito missa em latim Nos tempos da vovó Preferia não ter nada pra dizer Apenas ensaiar As notas musicais Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si Soprando os pifanos Nas quermesses e novenas E publicar em artigo sobre o que são notas Que se toca Desde sua origem E não executadas nas partituras Dos batuques do axe Bem ou mau relacionadas com elas Pena que sou mesmo Esse velho boi de carga Cansado de súber E descer ladeira Tomando ferroada Na longa estrada da vida Tal qual rio riacho doido pra ser água doce Apesar de enxurrado Engasgado por paus e pedras Das águas de março Quem dera um papo de prosa Com Fernando Pessoas Que não encha outra vez O saco da plebe Com poesias de linguagens indecifráveis Sem aquela tal de cultura Gramaticalmente correta Eu quero apenas cantar Madalena Madalena com os bacamarteiros de Carmópolis E viver as canções das catadoras de mangaba Na voz de dona Val Pois, Sei que não tenho nada Com os sons do roque in rio Apenas to de bem com tudo em minha volta. O velho carro quebrado A fava de rama chacoalhando na panela O pau de sebo Escorregando entre os dedos A festa dominical Na bodega do seu Zé preto No largo da matriz do Cuminho Como é que eu vou chegar em casa Com a blusa amarrotada de lama ou de batom Ninguém sabe todas as respostas do questionário Escondido no armário Prefiro ficar na pura inocência do jeca Dos filmes de Mazarope A rogar que ouçam, ouçam Musica ao vivo de poetas mortos Preso ao passado onde nada mudou Também sei que há dia pra tudo Pra balada do fim de semana Pra quem gosta de zoeira Ou ainda ficar de bem Com canções nostálgicas Do José Augusto sergipano Eu posso ter mil e um defeitos Mas sempre serei atento do outro lado do mundo Por isso existo Cobro-me E não cobro Por nada em troca. Só ligar pra difusora E pedir que toquem A musica mestiça De Tonhão Rogério E Chico Queiroga
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