
A NOITE GORDA
Data 14/10/2011 15:45:27 | Tópico: Poemas
| A NOITE GORDA
Discute bem no boteco Em aquém-argumentos Sua recém-alegria sem fundamento De nem falar coisa com coisa
Bota pendura na conta Das cervas geladas Caçoa do calote na calçada Et cetera, coisa e tal...
Desvia de porrada na cara Foge d'um, dois tecos De espingarda Na descida da ladeira
Rumo à esquina da bocada Ouve o batuque partido-alto Um samba de responsa Ao coro da velha guarda...
Suspira suspense No silêncio do entreato À espera do novo abre-alas Na avenida lotada
Café amargo passado na cara Pr’a quebrar a pingaiada Na rua vira voyeur d'uma foda louca De muro levar esporrada...
A água borbulhando sonrisal A vida suspensa, inusual, se escancara A noite bastarda é a gorda De terça de carnaval
Por ora solto, o vagabundo Veste nonsense em tudo Inocente, fantasia-se de bacanal Seu deleite banal de fim de mundo
: Que amanhã volta tudo ao normal
Gê Muniz
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