
Gritos do gueto - Lizaldo Vieira
Data 12/10/2011 01:18:31 | Tópico: Poemas
| Gritos do gueto - Lizaldo Vieira São do medo São dos tiros São do preconceito Ouço Nada faço Nada falo Faço que não ouço As vitrolas que roncam Só reclamam não abusam Só o radio dá a noticia Da ultima hora De mais uma vitima De mais uma morte Do esquadrão É som do gueto Aos berros Sons do inferno Vida de cão danado Almas penadas Choro de agouro Tons E som do povo Que rala e rola Na pedra Ganha mais não leve Tudo é do fidalgo Coitado vive Suando o sovaco São gritos Gemidos de gente miúda Gente velha Adolescentes Mulher grávida Gente sofrida Amaldiçoada do mundo Mal vivida Mal vestida Só como e mau bocado Plebe tristeza Desrespeitada na gleba Na terra Que querias ver dividida Sobra barrado de papelão Não como Não mora Não dorme É gente escondida De direitos De amor De sonhos Desvalida De lá para cá Ouço o som De menino escondido Com medo Guarda segredos Das noites inconfessas Barraco tem brechas Tem frestas Parede tem ouvidos Tuberculosos Tem olhos arregalados Ao preconceito Aos abelhudos Do mundo Vindo de todos os lados Ouça e cante a música legendada De lá Tem recado forte Pra mandar O mundo desses mundos Está mudo Sego Calado Não muda Não muda nada Tem rabo preso com o sistema opressor Chamam-nos Em voz alta Rouca Não dão ouvidos O mundo caiu Sem para quedas Nosso Grito é direto Repleto dos mistérios Dos fundos de quintal. Ouça e cante Não desencante essa gente Vaga lume Que quer viver luz Poesia Pra cantar e sorrir Toda hora Todo dia É hora da gente Zé vintém Vamos assumir.seu lugar na paróquia Que amemos Mão a mão Dadas. Ao negro Ao branco Do barraco Da favela Que gritam só por razão Eta vida de pião Eta vida de cão Etá vida de gado.
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