
JORNAL DE ONTEM
Data 07/10/2011 00:18:49 | Tópico: Textos
| Indiferente como a lage fria A lápide discrimina E remove a energia O carro da polícia Socorre Injeta medo e euforia Na outra esquina a pedra tumular Vai te submeter, te atropelar O pó da ira E da melancolia Põe um freio em tua fé E poda a planta do homem Que sonhaste ser um dia
Do outro lado Da rua Vem uma notícia Embrulhada no jornal Do dia anterior Com manchete de tragédia O sangue vira uma pasta Se transforma em comédia e empapa o cobertor Semeia o frio No mesmo pano Que à noite foi em busca de calor Na mesma marquise Em que dormia Em que curava com o pó A desventura da noite Que nunca vira dia
Jogado pela sarjeta Do banco que te assaltou O homem de gravata Que chamaste de doutor Mostra um código penal Uma sílaba da lei Cortante como um punhal Vai, se vira Foge, preto Apanha o velho jornal Agora o último recurso É preparar teu funeral.
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