
Devaneios Poéticos
Data 13/09/2011 00:14:52 | Tópico: Poemas
| Sou eu o teu macho, o teu homem, O riacho onde mata tua sede O alimento que mata tua fome!
O fogo que te queima e te consome Sou eu... O teu paraíso perdido, o teu amor; O tecido aveludado da mais bela flor Teu deus sou eu... O teu amor, o teu amado, Teu ninho e cobertor, Teu refrigério e afago!
Sem teu carinho nada no mundo me basta. Hoje amanheceu adormecida nossa casa E as plantas da janela, acredite, choraram.
Amanheceu de um céu sem fogo e incolor. Tive a pedra fria da melancolia de travesseiro. Minhas omoplatas repousaram em chão imundo. Hoje o sol não ousou beijar as tulipas do terreiro. Até os passarinhos pareciam estar em sono profundo.
A tua ausência fez ficar infeliz nossos pomares. Feneceram por inanição os cravos e margaridas. Nunca mais veio nos visitar a varanda, a cotovia E o sabiá foi reinar em outros mais colores lares.
Na laranjeira queda uma folha de alma ressequida. No rosto de um homem rola uma lágrima amarela. Um vento insiste em balouçar as plantas da janela Que com todo amor do mundo cuidava todo os dias.
Mais que Jô amaldiçôo o dia do gozo impuro Responsável pelo meu nascimento e do leite Que bebi em dias de Romantismo exacerbado Em que eu fumava não sei quantos baseados Na tese de idéias e ideais que eu ainda não tinha.
Que me importa Plutarco com suas biografias Ou Voltaire com seus chiliques de pária patriótico Ou Platão com suas patéticas cavernas e filosofias?
Que me importa, Então, Essas linhas tortas Sem coesão, Sem intenção De coexistir De co-habitar (Apenas de divertir Quem ousar ler...)
Fico a lembrar do poema Do Pessoa que diz que quando Sem tem a alma pequena Nada vale a pena.
Fica a pensar e vejo que assim Que faço poesia, Esquecendo um pouco deste Mundo e de mim. Assim dou asas à fantasia E começo a viajar, igual aquele Dia, assim:
“Lá longe se vai uma solitária abelhinha Cortando o céu num vôo azul e mágico Bebendo o mundo em olhos facetados Bailando sobre a relva macia da campina...
Vai dançando numa dança lasciva argentina Pousando nas ramas violáceas das flores Numa tarde de primavera com todas as cores Acolhendo o astro rei por detrás da colina...
Quantas esperanças carrega consigo Naquela labuta diária de flor em flor O sol sendo guia pelo espaço infinito Mostrando a magia da mão do Criador...
Vejo o Amor como àquela bela abelhinha Que vai voando, beijando as flores do chão. Porém o Amor é a abelhinha da vida Bailando suave pelas campinas florida Nascidas no terreno fértil do... Coração!”
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