
Final de domingo
Data 12/09/2011 01:17:36 | Tópico: Poemas
| No céu, A Lua invade Meu quintal. Acaba o dia. Morna, fica a tarde. Olho para o verde, Para as flores, Para o silêncio Que agora se faz. Algo que não chega A ser tristeza, Mas um cheiro De melancolia Na minha alma, No meu corpo, Tudo silencia. Final de domingo. É como o fim de uma festa. Quando as mesas ficam vazias, Quando todos se vão E uma quietude desafinada Bate de encontro ao meu peito. Já disse: - não fico triste, fico pensativa, Taciturna, distante, numa viagem só minha. Os risos se vão. Um a um silenciando Em cada despedida, “Em cada acelerar de motor”. Reflito. Olho em direção do céu: É noite e um manto denso e prateado Agora me banha e borda as minhas flores de luar E meu jardim é como o meu coração: feito de flores E sentimentos mudos. São tantas as perguntas, São tantos os não-entendo, os não-sei. Parece que o mundo desaba em mim E dos meus olhos rolam cachoeiras De águas limpas e salgadas; São mágoas ou não sei se apenas dor. O silêncio brota numa canção verde, Num murmúrio, num balanço, no som das águas. Sou feita de amor; fui feita para amar. A Lua, ela continua a me olhar, tão fria, Tão branca, pálida como eu. A noite avança, despeço-me Dos doces sorrisos das minhas crianças. São meus anjos, minhas estrelas A me mostrar que no amargo, Ainda há o sorriso doce em cada um. Um beijo sincero; um ir e querer ficar. Meus anjos iluminados: Bruna, Júlia. No amor, ainda creio (em vossos olhares). Também sou criança que ama os beija-flores, Que olha as estrelas, adora o luar. Silêncio. É tarde. A noite é calma, É poesia de dor e sonhar.
(Ednar Andrade).
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