
Meus abismos - Lizaldo Vieira
Data 06/09/2011 00:17:49 | Tópico: Poemas
| Meus abismos - Lizaldo Vieira Nem sei se canto Se choro Se clamo Ouiimploro Nos instantes de longo inverso No frio da solidão Do alegre torrão Nos dias meus Longe do solo pátrio Longe de casa De minha gaia Aqui Ali Acolá Muitas léguas distantes Sou pássaro sem ninho Bezerro desmamado Filho sem pai Sem mãe Peixe fora d’água Mundo afora não evito meus abismos Sou morcego sem grota Tatu sem toca Preso sem exílio Um cidadão sem pátria Cachorro vira lata Ao sabor do relento Rio sem rumo De por onde chegar Alem mar Vida nos limites Sobram meus medos De nunca ir longe Pudera Nunca tive régua Nem compasso Pra soltar do casulo Essa minha alegria tímida De paixão e sem orgasmo Em tudo vejo marcas Quando a arte precisa imitar a vida Pra ser realidade Um resumo frio de natureza morta Feito pele de animal Alimentando o luxo da imaginação Enquanto amor eterno Fica impossível De sobreviver Aqui e acolá Para se eternizar repleto da grandeza E compreensão Então oremos os salmos Vale a pena cantares de teor a Deus ou Seguindo os pulsos do coração Porem se abstiver das correntes de atração Do falso amor Magoado com a companhia cármica Para vencer medos Ocasiões perigosas Desfazer marcas do tempo Bendirei ao Senhor em todo o tempo Cantarei sempre em seu louvor É que o amor é essencialmente perecível Mais teima em nascer em desafios E ameaças Ai eu não evito meus abismos Eu não acredito Que as fechadas e portas Do novo caminho serão abertas Nos pra nos socorrer Do abismo iminente Gosto do impossível Mais tenho medo do improvável De meus sonhos e abismos Tenho medo das alturas Vezes por outras Tenho vontade de desafiar Até mesmo a gravidade Parece que eles simplesmente Não dão a idéia Da dimensão de Descobrir Os medos Dos abismos Consigo mesmo
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