
Tempo Sem Horas
Data 22/08/2011 00:12:33 | Tópico: Poemas
| Tempo Sem Horas
Tic, tac, tic, tac, tic Ele voa, desaparece e nós queremos que fique Estás preso nos ponteiros da vida Marcando os minutos que te resta da tua corrida Esse relógio que te condena e prende Às horas vividas num tempo que se vende Estás confuso de não saber o gosto O sabor que te marca e liberta num poço Gritas com os segundos dos minutos Que te condenam o fracasso dos teus mundos As horas da consciência marcam o encontro Com o tempo de agir e queimar esse teu sufoco Qual é a cor do tempo? Quanto tempo tem uma cor? Que entrega ao gasto daquilo que és Quando vives, passas a ser o chão dos teus pés Sentes a batida do teu coração como uma faca Cortando o tempo do relógio que te marca Estás a amar tudo o que te rodeia Para sentires o sabor do ódio que te encandeia Tic, tac, que se lixe, não quer ouvir Esse som em contagem decrescente para te punir Mais dois passos nas horas da tua existência As horas são as únicas que não tem tempo nem paciência Olhas para o sol e vês a lua A cravar-te na mente da consciência da tua rua É aí que gritas para que o tempo pare ou faça recuar Mas é tarde, e os minutos estão sedentos para te castigar Dás boas vindas do que não és nem queres ser Serás o que não queres e vais-te afogar no prazer Agarra o tempo e deixa-o marcar os teus minutos Nesse tempo sem horas que controla os teus rasgos confusos
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