
A INQUIETAÇÃO DO MEU RIO
Data 13/08/2011 20:56:10 | Tópico: Poemas -> Sombrios
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Entre a folhagem há um coro de cânticos subtis E no rio um curso em quietação E meu coração me diz Porque será que choro, da saudade do meu corpo feminino? Oh! Absoluto e mal fadado destino!
Ondulam brisas sobre as searas Vibram as folhas prateadas Pensar eu que me amaras...! Em marés arrebatadas.
Já vão as horas perdidas E os corações distantes Para quê lágrimas caídas? Se não haverá prantos bastantes?
Meus medos são trevos em flor Andorinhas, entre a bruma do esquecimento. No fundo dos meus olhos... amor, já coisa nenhuma! Já partem, como nuvem em seu labor.
Fica o horizonte tão mudo E o vento entoa seu balido Não há nada que desejar Ou haverá tudo? Volta o desejo aos corpos reacendido. Numa imensa vontade de amar.
Meus sonhos são moinhos de vento São tiros no ar, que me trespassam o pensamento Num tempo inquieto sempre a andar Quero viver, viver como a pedra que dura! Não quero morrer de peito oprimido Não me basta do céu a ventura Não me basta o tempo já vivido.
natalia nuno rosafogo
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