
Poema Bobo
Data 07/10/2007 19:39:39 | Tópico: Poemas -> Sociais
| POEMA BOBO
O vento assovia na via Eu via a cria sem dono Que passava cheirada De cola e amola Sem sapato ou roupa Subindo suja Óh Deus ó Morro descendo no borogodó da rua Que ninguém recicla nem Lixo comum Na rua joga Jogo azarado, chorume da cana, só cana, é cana e mais cana É gás, é carro e carroça Sirene socorro É tropa subindo o Morro Morre Eu, você e o bendito Santo Expedito Da cor- rente Que partiu e foi pra lá de Bagdá ou ali ou acolá Fazer sei lá o que Se aqui já dá pra ver É tanta bagunça É barulho Orgulho Bagulho Entulho tudo aí, ou aqui, ou lá Jogado as traças E trapaças E nem aí Tô, num tô, eu tava Mas é tanta CPI Mas e dái? Eu quero ovo Eu ovo Mexido, cozido, fritando nesse calor Que importa? Entupiram a aorta E dão zero Fome zero Coca zero Zero a zero Empatando minha vida Cutucando a ferida Vida minha vida Cadê a porta? To de saída!
Passa noite Passa dia Passa a folha que eu lia E só desgraça Mas que graça Tudo de graça Eu apago Eu pago, economizo Finjo ter juízo E culpo a cachaça Mas é mesmo Uma desgraça É um pregando ali na praça E outro dando empréstimo Dô, num dô, to dando E a pomba sai voando Sem migalha E eu aqui Que nem navalha Cortando A rua Sem faixa Sem passarela É tudo mesmo uma cela Essa coisa Esse transito Tanta gente Pra cima Pra baixo Pra cima Pra baixo Pra cima Pra baixo Dizendo sim Eu digo não Mas e daí? Eu sou anão E o orçamento é chato Coça, coça, coça Esfola ter saco Nesta birosca De pátria Sem pai, nem mãe Ai minha mãe Ai meu pai Ai leishmaniose “- Um Bauru sem úlcera por favor!” Ai, ai, ai Não me larga esse “uai” Sou do interior Mas que horror A Capital Uma loucura O Capital De giro, sem giro Zonzo ou alienado Em trinta e seis vezes Sem entrada! Hahaha... nem saída! Mas que dor de barriga Melhor eu ir O circular já vai partir A circular não passou E o Zé ninguém Cagando de rir Mesmo sem nenhum vintém Fica aqui E tudo passa.
(Barbosa Junior)
|
|