
O HOMEM QUE PEDIU PARA NÃO MORRER
Data 23/07/2011 19:45:56 | Tópico: Prosas Poéticas
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A mão estendida não é mais um pedido de clemência Farrapos expulsam Horror, uma gama de repulsa Os dedos trêmulos são um gatilho Que empunha o fuzil O olhar distante se perdeu entre o ódio e a compaixão.
Mais uma investida Mais um pedido de socorro Um homem-bomba na Palestina A voz amarfanhada A mão estendida, esquelética Mais um infeliz solto. Uma fera do outro lado da jaula Apelos derradeiros na beira da estrada.
O fôlego arfante. As órbitas profundas Tartamudo. As palavras ausentes Como é que se diz “amor” Só sabe dizer “ pelo amor de deus” Não pode ouvir “solidariedade” Para sensibilizar Para mostrar Que não é um fora-da-lei E não quer morrer de fome.
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