
O Poder do Poeta
Data 05/10/2007 01:34:44 | Tópico: Crónicas
| Escrever é uma arte. Estar aberta à inspiração é estar sensível para captar as idéias, em um determinado momento, o qual não se espera. Ele simplesmente surge, do nada. Se nos esforçarmos para escrever, nada vem, porque não é assim. As palavras não podem ser espremidas, coladas à força, em uma tentativa vã de criar algo produtivo. As palavras são tão sensíveis quanto o coração de um poeta. Elas vão e vêm, em um bailar delicado e suave, como borboletas, esperando serem admiradas. E quando a sensibilidade do autor se encontra com a delicadeza das letras, tudo se transforma. O milagre acontece. As palavras tomam vida. O que era preto e branco, fica colorido. O que era nublado, recebe raios de sol. O que era inverno, se torna verão. O poeta deu à luz. E que poder é esse, o de criar? Nós, poetas, geramos textos, contos, crônicas, histórias que só existiam antes, apenas e tão somente, na nossa imaginação, mas que tomaram forma e agora, existem na imaginação de multidões. É o poder de multiplicar. Multiplicar sonhos, visões, idéias. É o poder de dividir. Dividir os sentimentos e o calor das emoções, através de letrinhas que unidas formam sentenças, que penetram na mente e no coração do leitor. É o poder de subtrair. Tirar a tristeza, a falta de esperança, a agonia, a angústia. É o poder de somar. Adicionar um novo alento, uma nova canção, um novo objetivo. O poeta tem poderes nas mãos. Nossos dedos correm soltos, ávidos para chegar ao fim da criação. E quando chegamos ao fim, mal vemos a hora de começar tudo outra vez.
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