
Convite da morte
Data 10/07/2011 13:55:33 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| Aproximei-me perigosamente de ti … Cai num vazio de paz, onde a luz se aproximou O limbo em que me encontrei, foi momentâneo, mas forte No entanto, não pensei, quase te abracei … Ó morte, suavemente, surgiste sorrateira e risonha Convidaste-me a acompanhar-te Querias-me num mundo que desconheço Dizes em voz jocosa, que morrer não é acabar é renascer Vi-te no entanto, ladeada de almas suspensas nos céus Almas que gritavam, voando rumo ao inferno Tu vinhas ornada de uma gadanha de ferro, frio e arrepiante Vestias um manto negro a relampejar, Emanas um odor intenso, cheiras a sofrimento e dor. O teu olhar, apelativo é vazio, É desprovido de emoção, um olhar medonho No entanto, resisti aos teus encantos, tenho medo … Resisti a um cruel mas doce destino Impuseste um pensar que me engana, Quase me fez esquecer de viver Uma morte que me envolve, Rouba-me a serenidade O repouso alicia, mas não te quero Preciso de alimentar a alma de vida Será a morte o fim? Talvez, mas não a finalidade da vida Não perdi o entusiasmo de viver, por isso vivo Afasta-te de mim sombra tenebrosa … A vida é algo que persigo … o olhar da mulher amada O carinho da prol, o sorriso das gentes Os sonhos, surgem em turbilhão, quero vivê-los Pois, morrerei certamente, mas não a teu convite.
João Salvador
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