
Vitória
Data 02/07/2011 17:33:04 | Tópico: Poemas
| Já não há dor. Escorrego contra uma parede, vasta; Já não há dor, apenas cânticos desmaiados em alucinações de horas vagas. Não te sustentas em incredulidade: aqui te tens, Na antecâmara da percepção totalitária. A dois centímetros do solo, pisoteando escaras de chagas tangenciais ao âmago, que tanto penara a preservar, incólume.
Pois agora esfolem-se joelhos em deslizes mal calculados, Quem se importa, o que importa quando já não há dor, Vamos! Um abraço ao "que se dane!", As sapientes consequências, acolhe-as como velhas amigas, Pede-lhes que se sentem e oferece-lhes um chá, a gosto.
Já não há dor, porque és dor com ela Oferece-te uma dormência tenra, não recuses, É de bom grado.
E dança. Dança, nem que seja subtilmente, em bifurcações coronárias; em festivais de conquistas por celebrar e choros sorridentes Dança em tons, passadas de luminárias crescentes, Como se oferecesses o corpo às árias cósmicas, Que martelam os incessantes harmónicos ancestrais Em complemento, entrega também o essencial dos sentidos numa saudação ao sol interior.
Domaste a cólera absoluta das orbitais ambíguas, de tudo quanto existe para te definires. Regiamente, sedias-te no olho da tempestade.
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