
Tênue
Data 30/06/2011 02:30:04 | Tópico: Textos
| Abster-se da existência. Viver na linha tênue da oposição de sentidos. O sabor doce, toque delicado dos lábios... A carne exposta sem misérias umedece os meus. O tempo releva e vira as costas num acometimento de contrição.
A pele replica sinais primitivos do sortimento de variáveis da exploração. Salga, aquece. Não se enxerga somente com os olhos. O olfato, tato, paladar, fazem às vezes. Sem prelúdios ou delongas. Permitem-se. E não decepcionam. Como no mar, não pré determina começo, meio ou fim. Um fim que começa pelo meio ou o início que provém do fim. A sequencia se perde por não haver regras.
Deixa o cansaço derrubar-me. Morda, mas não arranque pedaço. Tanto afinco e num instante se despenteia. Tu sendo o que és basta, seu cheiro não me refreia. Nada é perdido, acrescenta-me. Perca-se em meu corpo. Rasteja. O asco é nulo. O teor da volúpia, puro.
Prove.
2009
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