
Neste dezenove de junho Dia em que vi a luz da vida Quero me presentear Contando nesses meus versos Toda saudade que sinto Da minha infância tão linda.
Meus pais pobres nordestinos Ele, pernambucano lá do alto do sertão Ela, de uma ilha do interior do Maranhão Cinco filhos pra criar E mais dois de adoção.
Simples sargento de nossa marinha armada Além de todos filhos para alimentar Como um bom sertanejo Ainda tinha que nas costas carregar Uma porção de parentes Como uma fieira de caranguejos.
Com tantas dificuldades Todos tinham que ajudar E ainda bem menino Comecei a trabalhar Catando latas e vidros Caixeiro de armazém Vendendo pra mãe cocadas Carregando areia do rio Sem ter ao menos um vintém.
Sapatos de solas rasgadas Surrados pelos meus dois irmãos Que por serem mais velhos que eu Quando passavam para mim Já não tinha jeito não.
Quando ia para escola Tinha medo que as meninas Vissem que minhas meias Estavam bem rasgadinhas.
Quando chegava um parente Com seus muitos filhos e companheira Meus pais davam minha cama E lá ia eu para esteira.
Brinquedos só inventando Piões feitos de goiabeira Caçar grilos pelo mato Ou pular da ribanceira.
Chegava então a data tão sonhada Meio do mês, vida apertada Mas jamais esquecerei Dos olhos meigos de meus pais Ao me ofertar como presente Uma lata de goiabada.
Nesses versos onde revelo Da minha infância a realidade Sinto o peito apertado De tristeza e saudade Pois bem cedo aprendi Com a ternura de minha mãe querida Que a verdadeira felicidade Reside no amor as coisas simples da vida.
Com muita emoção e saudade, dedico essa singela poesia aos meus queridos e saudosos pais, que encontram-se no plano espiritual.
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