
Porque Chove quando procuro o Sol?
Data 17/06/2011 07:29:35 | Tópico: Poemas
| Como sou eu a vida que se desmoronou dentro de mim? Não vejo senão janelas e paisagens longínquas que embarcaram numa viagem pelos meus maiores receios, Uma viagem rendida aos meus meios de uma vastidão imaculada de asas partidas e ensinadas.
Como sou eu o calo de uma árvore que tombou sob o sopro de Deus? Ou serei eu o próprio sopro que tombou a árvore? Sem raízes, cresceram e desapareceram com as nuvens que entristeceram... Pintadas de branco numa tela branca, Tropeço nas minhas raízes e lembro-me de como ainda existo como uma sombra sem presença, Infrutífera, desdenhosa e sem crença.
São nestes pedaços de papel onde escrevo, onde gastei a tinta da caneta que sempre me foi companheira, Onde me viro para a chuva que sempre veio quando procurei o Sol... São nestes pedaços de papel onde me banho nas águas divinas de mundo superior, Gota a gota, a beber do sofrimento do céu, O horizonte que chora a alma que se perdeu...
Peguei nas minhas asas ensinadas e tentei voar sobre o mar, Mas caí e afoguei-me no sonho de separar a terra do ar, E acabei por me enterrar Na tristeza ainda por acabar, Perdi-me no horizonte ainda a chorar...
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