
DE REPENTE
Data 15/06/2011 05:31:43 | Tópico: Poemas
| De repente eu me vi com saudade De minhas putas solitárias, Do som de velhas radiolas, Do riso de ex-amigos falecidos.
Fui transportado então Para a beira de um cais Onde os marinheiros mergulhavam Nos corpos das prostitutas tristes.
Caminhei sobre os trilhos dos bondes antigos Tentando encontrar velhas namoradas, Mas só encontrei uma matrona A me oferecer um cigarro de maconha Em troca de uma canção de Tim Maia.
“Quando o inverno chegar” Comecei a cantar e a matrona se transformou Na última dama da noite, Vestida de vermelho me chamou para dançar.
Ficamos parados no meio da rua, A cidade girando ao nosso redor, Vi passar a casa da minha amada, O rio adormecido, Meu pai tomando cerveja Com meu amigo policial.
De repente me descobri múltiplo, Dono de mim, parte da vida.
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