
Carta à escrita que falta
Data 30/05/2011 21:55:03 | Tópico: Textos
| Grassa por falta de graça, um género porno que se enreda em torno de estrita e desgraçada escrita. Será que de escrita se trata? Não será ilusão descrita como se fosse real? Se calhar é só rosnar cão que se sente acuado. A minha poderá ter ares de daninha mas, pelo menos, não é aconchegada pela a asneirenta placenta que alimenta os anexos do pós-parto em amoroso litígio com a boa graça dos reverendos ledores. Não sei, nunca sei se nasço rei ou se caio estrondoso num macio chão de mármore rosa mas tenho como certo que sou e serei imagem rija do que quero dizer... quer o diga ou não. Direi, sim, que tenho opinião e que nunca a apagarão como se faz com as regras, quando estas se assemelham a uma régua que desce, correctiva, sobre os nós dos dedos. Coisas da conveniência e da comodidade, do querer mandar na concordância dos demais. Ai que portos sem cais e mais incongruências frugais haveriam de acontecer? Ai, quantos vulcões narcisos ainda rebentarão em jorros de enormes dornas de amor e graxa, em procura constante por jornas que massagem o ego, esse tal que bem ensaboado cresce, cresce e cresce. Tem a sua piada mas aborrece a sua profusão. Tinha a sua piada quando a leitura se fazia com olhos de fiel animal, gentio lambedor mortinho por um agrado no pelo. Durma a escrita que a leitura já a acompanhou, durma a escrita que a leitura sempre a acompanhará desde que escrita seja.
Valdevinoxis
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