Trovejava imenso quando vim para dentro, e quando pensei que aí viesse a chuvinha, o trovão desapareceu, pelas nuvens adentro, e a chuva refreou, nem uma só gotinha.
O sol refinado reapareceu para nos saudar, trazendo o canto dos pássaros e das águas, que no seu breve discorrer vão desaguar, na foz mais perto incluindo as suas mágoas.
As de não renovar seu líquido bem azuláceo, e estender suas ondas para lá do imenso mar, junto às fráguas agarram-se os crustáceos, eles que só precisam de pedra para se colar.
A horizonte tudo se mostra limpo e desafogado, as nuvens espargem um chuvisco que origina, lá bem ao longe, do que pode ser aqui olhado, um arco-íris de ouro, com a sua famosa mina.
E assim se passou mais um dia de ameaços, em que a chuva não veio, só deu a cara feia, e pra que aqui não houvesse mais embaraços, a aranha teceu no ar a sua dúctil e tenaz teia.
Jorge Humberto 02/05/11
|