
PROFETA
Data 25/09/2007 14:30:39 | Tópico: Poemas
| Todas as noites
Que correm nestas veias Abrem-se ao grande mar: Imensa fuga do deserto De um corpo revolto Em areias caóticas. Eis a confusão: Último botão desapertado Do espartilho humano Que é o pensamento organizado. Eis-me primitiva
Pregando a fantasmas solitários, Iludidos,
Que pensam ainda viver E brincam Com a eternidade. Enquanto falo As minhas palavras escondem a trovoada. Anuncio As chuvas ameaçadoras Que trazem o corpo nu. O conhecimento. Mãos cheias de areia, Tão cedo vazias,
Lançam ao vento gestos de náufrago Num mar deserto. Estas noites, Depois do sol, Abrem-me à saciedade de uma prisão:
Liberdade.
de Susana Júlio, in DO MAR GRANDE E D`OUTRAS ÁGUAS (Antologia Poética)
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