
Gaivotas
Data 18/04/2011 13:32:37 | Tópico: Poemas
| (Vejo à beira do Tejo crianças que adivinham pobreza a banharem-se nús perto dum esgoto)
Nús libertos Corpos pequenos Dos meninos vivos pintados De poeira da areia dos sobrados Dos casebres Dos buracos incertos. Trementes, encolhidos, enroscados Acumuladores-coragem Para romperem a friagem Das águas de esgoto serenas. Gaivotas a alisarem as penas E em linha recta Irrompendo Como setas Contra o espelho oleoso Que absorve Os corpos hirtos Quase silencioso. Pardais barulhentos Que se lavam No lago Dos excrementos. Chamamentos inconscientes Aos cegos-surdos assistentes Dos homens Do velho vestido achado.
Saltam, gritam,chapinham Os petizes Tenho pena Mas são felizes...
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