
O SIMPLES FACTO DE ESCREVER
Data 15/04/2011 17:26:56 | Tópico: Poemas -> Alegria
| A folha onde escrevo, pintei-a de rosa, para lá pôr a minha prosa, quando a douta inspiração, comigo não está em deveras comunhão.
É como escrever no Arco-Íris, da tarde, e sem grande alarde, pôr nos versos os matizes, como pequenos frascos de vernizes.
E assim sigo escrevendo com a anuência da folha paciência, algumas rimas acertadas, que o que rege é que elas sejam separadas.
Também podem ir juntas, é conforme ao dever, não é informe, de se mostrarem a todos, os versos que se querem a rodos.
Gosto de escrever disperso, sem regras, e se acaso tu alegas, que poeta tem de ser servil, escapo-me e pinto a primavera de Abril.
Agora que já fiz um pouco de poesia, é mais casto o dia, e tudo corre fluentemente, sem forçar nem se mostrar o dente.
Porque está nas mãos do poeta a lucidez, daquilo que ele fez, na folha consentimento, parando o relógio e o astuto tempo.
E assim na roda-viva da nossa vida, a prosa não é indevida, leva o seu alento a cantar, esperando que os outros possam gostar.
Jorge Humberto 15/04/11
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