
Sist
Data 13/04/2011 15:13:21 | Tópico: Poemas
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Meticulosamente os olhos espreitam Os lares dos miseráveis dos inocentes Na metátese sonora do sistema Pobres caem na vala comum Do hospital e cemitério E nem mesmo o Padre Eterno sabe quem é o dono da Boca, dentes e dentadura... E no pátio das ilusões e carnavais Saboreiam patê e pataxós Remisso é a honra E cisticerco é a política Faminta do planalto Que morram as crianças, os velhos e a inocência Na planície devastadora da incerteza E só a morte é corriqueira Na atalaia celestial Peditório de um povo Que só pensa em existir Como oferendas para deuses pagãos e vãos Que lêem só mãos E nunca desfrutarão de Renoir, Keats ou Genet! Multidão de encéfalos Do cotidiano fundente Que consomem lixo e gente.
Miguel Vieira
Desertos Íntimos
Não quero ver mais Ninguém do meu Passado colocar em sombras Ás lembranças e, de sobra os amores... Mas anseio pelos os ETs do meu Futuro!!! Igual a sonho de criança Com desejos de medos Pois sei de minha mediocridade E sua ausência... Como encarar o ocaso? Como ter coragem? Dos dentes de sabre Dos dias de chuva... Ando sobre lâminas reluzentes E tenebrosas Ando sobre os abismos do coração Choro nas noites Nos dias planto flores Tenho visões de felicidade Meu peito é Atacama e estou sempre Atado a sua cama...
Miguel Vieira
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