
Quero me livrar desse sofrimento
Data 06/04/2011 13:15:11 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| Ah como eu queria perder toda essa rocha E desmoronar como um frágil castelo de areia E em teus braços me aconchegar Até virar tocha Larva derretida presa perecendo em tua teia Fervendo viva avermelhada a borbulhar
Queria ser a mais frágil das flores Ser cerceada pela mais forte das redomas Livre de todas as dores Sem síntomes, sem sintomas
Queria que o formoso cavalheiro de ferro Me arrebatasse desta vida lavroril sofrida E de mim cuidasse a cicatrizar todas as feridas Que me marcaram durante a vida Toda a vida... Para renascer intacta em brancura de bailarina porcelana
Ah... eu quero uma cura Uma cura para a minha doença de fortaleza Quero apreender a leveza E ser como a cálida e frágil rosa branca
Eu queria aprender a me permitir se protegida E não mais dar guarita Cansei de ser forte Quero ser solidão recolhida E então viver e morrer na tua acolhida Por toda a minha existência Sem pensar em razão ou consciência Estou cheia das ciências!!
Quero a irresponsabilidade de uma vida sem propósito Cansei de ser mátir! Não consigo mais ver glória em toda essa dor! Agora, neste momento, Quero que todos esse deuses e deusas e heróis e heroínas Me deixem partir! Quero a monotonia de uma vida campestre De um não viver De um só existir Simplesmente sobreviver... Quero vegetar pelos anos Me arrastar pelos ciclos da vida Sem ao menos ter a sabedoria de perceber Que eles se repetem E se repetem E se repetem
Eu quero ser comum! Mais uma neste mundo de indigentes! Cheio de gente Eu queria... Mas dentro de mim Arde Vive e Cresce Uma semente Fogosa e cintilante Ígnea e translúcida Brilhante! Que anseia, sonha, deseja, até as suas últimas entranhas Fazer diferente E no meio de todos esses corpos Uns aos outros sobrepostos Eu ainda vou seguindo enxergando almas Catando estrelas no céu nublado Um poeta abandonado Vivo aqui E aqui permaneço Por contra vontade para todo o sempre Esquecido de olhos abertos No mundo da ilusão.
|
|