
TROVEJANDO 2
Data 02/04/2011 14:12:53 | Tópico: Poemas
| 545 Eu nasci naquela serra Nos olhares desta lua O meu peito sempre encerra Esta deusa bela e nua...
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Solidão aqui por perto Esta vontade de chorar O meu peito sempre aberto Nunca mais vai se fechar
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Vejo a vida neste espelho Cada ruga é um presente, Cada traço outro conselho, Do futuro vou descrente
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Rasos d’água olhos tão tristes Procurando por um bem Eu bem sei que tu resistes E por isso, sem ninguém
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Versos faço sem medidas Não me canso de cantar Ilusões se estão perdidas Por meu Deus quero encontrar
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Fardo pesado carrego A saudade dolorida Tanto amor Jamais eu nego É negar a própria vida...
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Tua boca framboesa Cada lábio carmesim, Teu amor uma riqueza Rara flor do meu jardim.
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Faço o canto que quiseres Em trovinha ou em soneto, Mas decerto se vieres Tanto amor eu te prometo.
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Meu amor uma andorinha Que a saudade maltratou Se sonhei que eras tão minha O meu sonho se arribou
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Vejo a luz desta saudade Pela luz dos olhos teus Para haver felicidade Tua luz nos olhos meus...
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Sou apenas um cantor Que se fez apaixonado Ao luar um trovador Canta o amor, inebriado...
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Trovador que não se cansa De cantar quem tanto quer Poesia sempre alcança Nos teus braços de mulher
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Minha vida não tem preço Tanto apreço a vida tem Cada dia num tropeço A saudade sempre vem..
558 Bebo a fonte da saudade Nos teus beijos minha amada, Não saber felicidade Nesta vida é não ter nada...
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Ouço a voz de uma esperança Canta livre passarinho, Mas o tempo sempre avança E me encontra tão sozinho...
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A saudade é matadeira Pra matar esta saudade Eu procuro a noite inteira Sem ter lua, a claridade
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Quero o beijo mais garboso Da morena mais faceira Coração tão curioso Não quer mais marcar bobeira
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Cavaleiro em lua cheia Esperança em seu alforje Quando a noite se incendeia O dragão; mata São Jorge.
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Coração faz melodia Com espanto de quem teima Teu amor em noite fria Esquentando até que queima.
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Fazer trovas já me traz Alegrias e tristezas Tanto amor não foi capaz De vencer as correntezas.
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Bebo a sorte de quem teve Alegria invés de dor A minha alma se conteve Ao sentir um grande amor
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Navegante sem cuidado Naufragando antes do cais, Meu amor sempre ao meu lado Não te esqueço nunca mais
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Beijo a fronte delicada Desta moça tão faceira A minha alma apaixonada, Ilusão tão verdadeira.
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Quero o sal da tua pele Teu suor, o meu desejo Teu amor já me compele Ao destino que ora almejo
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Medo tenho do futuro Isso não é novidade, Sendo claro ou sendo escuro Busco sempre a liberdade
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Tantas vezes te queria Mas jamais tu me quiseste Pois arar em terra fria Na colheita não vieste.
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Vejo a lua e te imagino Claramente nos meus braços, Deste sonho de menino Nosso amor estreita os laços
572
Se das penas tu tens pena Já de mim nada tu tens, Sedas plenas, bela cena, Mas deveras já não vens...
573
Bebo a sorte traiçoeira Que tragaste por engano, Meu amor sabe a poeira Mas decora um novo plano.
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Talvez veja com teus olhos Os meus olhos junto aos teus Num caminho feito abrolhos Só restando o teu adeus...
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Alecrim que eu encontrei Nas campinas das Gerais, Meu amor eu te entreguei Mas não me queres jamais....
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A morena tem seu quê De carinho e sedução Vem correndo e logo vê Que é só seu meu coração.
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Laço firme tu me destes E deveras me prendeu Esperanças que me vestes Deste amor ser todo meu.
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Não queria esta verdade Nem tampouco uma mentira Meu amor tanta saudade Nos teus braços já me atira
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Quero ver se não pudesse Compreender meu sentimento Te faria reza e prece Não te deixo um só momento
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Vento frio, madrugada Meu amor já não está Pela rua, na calçada Meu amor onde andará?
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Tanto tempo sem te ver Tanto quis e nada tenho Meu amor o teu prazer Nos meus sonhos não contenho.
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Poesia fiz contente Para quem amo demais Meu amor se fez urgente Nos teus braços fez seu cais
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Veio vindo de mansinho E tomando toda a sala Coração de passarinho, Quando vê quem ama, cala..
584
Estrelinhas lá no céu Vão dizendo de quem amo Nosso amor em seu papel, Com certeza o bem que clamo...
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Tanto quero o teu querer E não queres meu amor Sem te ter cadê prazer? Só restando frio e dor.
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Passarinho quando canta Com saudade do seu ninho Minha voz já se levanta Já não vou cantar sozinho
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Beijo a boca da morena Mas a loura é quem me quer Meu amor já não tem pena Faz de mim o que quiser
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Labaredas do desejo Se espalhando pela casa Cada vez que, amor te vejo Aumentando mais a brasa.
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Dedilhando na viola Serenata fiz por ela A minha alma já decola Pega o barco, abrindo a vela...
590
Este pobre trovador Coração analfabeto Na matéria de um amor Bobeando locupleto.
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Tantas vezes quis teu nome Escrever em poesia Quando a lua ao longe some É sinal de novo dia.
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Lago plácido sonhei Para poder mergulhar Nos teus braços eu fui rei Coração fez coroar.
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Não persigo quem me odeia Nem tampouco quem maltrata No sertão a lua cheia Se derrama sobre a mata.
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Trovador que não se cansa De fazer trovas e rimas Vai mantendo esta esperança Mesmo se mudarem climas.
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Vento bom que me alivia Quando faz muito calor, Mas se a noite é muito fria No teu braço, aquecedor.
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Calma, calma minha gente Uma noite não é nada Mas com esta dor de dente Penetrando a madrugada?
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Tanto tempo procurando Por alguém que não me quis Meu amor me torturando Nunca mais serei feliz.
598 Se eu pudesse te daria Um palácio, mas cadê? Tão enorme fantasia Pruma casa de sapê
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Vejo a luz dos olhos teus Clareando a noite escura Não encontro mais os breus Se a minha alma te procura.
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Levo a vida deste jeito Cada qual sabe o que faz Vou vivendo satisfeito Teu amor me trouxe paz
601
Sinto o vento no meu rosto, Uma brisa te chamando O meu peito agora exposto Se entregando ao vento brando.
602
A verdade não engana Quem deseja ter um bem Minha sorte soberana Procurando sempre alguém.
603
Tenho os olhos já cansados De chorar por quem partiu, Dias tristes, descorados, Por que amor se fez tão vil?
604
São palavras simplesmente Não traduzem o que sentes, Meu amor feito demente Não sabendo que tu mentes.
605
Neste beco sem saída Nada faço senão ir Procurar a minha vida Noutros tempos, no porvir...
606
Caso venha sem vontade É melhor ficar de fora, Meu amor tanta saudade se não mato, me devora.
607
Tenho os olhos já cansados De tentar felicidade, Noutros mares mergulhados Só marulho é que inda invade.
608
No que posso te contar Uma estrela matutina Com saudades do luar Tanto brilha e até fascina.
609
Não me venha com mentiras Nem tampouco me iludindo O amor feito sem tiras Nem retalhos se faz lindo.
609
Coração de navegante Timoneiro busca o cais, Mas seguindo sempre avante Teu amor não vejo mais.
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Quando o galo à noite canta Despertando quem dormia, De manhã já se levanta Depenado na bacia...
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Jacaré virando presa Se o riacho tem piranha Vai servir de sobremesa Pois multidão sempre ganha...
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Se esta boca fosse minha Não cansava de beijar Meu amor não adivinha Quanto quero tanto amar...
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Esperança vem chegando De mansinho, devagar Meu amor, mas até quando Eu terei que te esperar
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Nada além do que pensava Coração de um violeiro Que decerto já buscava Teu amor, o tempo inteiro
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Vivo sempre perguntando Como posso ser feliz A tristeza me tomando Vou vivendo por um triz
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Eu sou como um passarinho Com vontade de voar Mais distante do meu ninho Sem ter ninho onde pousar.
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A saudade, uma gaiola Que me prende e me maltrata, No ponteio da viola Liberdade é serenata...
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Vou buscando uma alegria Onde um dia quis amor Muito embora a fantasia Só provoque imensa dor.
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Nos meus olhos rasos d’água A tristeza é tão presente A saudade em mim deságua Novo amor se faz urgente
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Peço a Deus por um momento Em que possa me alegrar Vai girando o pensamento Carrossel não quer parar...
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No cansaço desta noite Alvorada não me quis Se a saudade é como açoite Como posso ser feliz?
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Tenho tanto que aprender E tão pouco pra ensinar Aprendendo a te prazer Nas veredas deste amar...
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Coração tão vagabundo Não se cansa de sonhar, Nos teus braços me aprofundo Nos teus sonhos mergulhar.
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Sorte tem quem a procura Não me canso de dizer Quando a noite é mais escura Tua luz me dá prazer.
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Doce canto, o passarinho Com beleza quer parceira Com você fazendo o ninho Vou brincar a noite inteira.
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Repentista e violeiro Um eterno sonhador O meu peito é mensageiro Das loucuras de um amor.
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A trovinha é tão singela Coração jamais se cansa De pensar somente nela Ser feliz, uma esperança...
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A paixão tem tantas faces Que não posso mais contar, Nos teus olhos os disfarces Não aprendo a decifrar.
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Vejo a lua iluminando Meus caminhos pela vida, De tristezas vou lembrando Esta noite em despedida.
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Risco o nome de quem amo Trago os dedos machucados, Da saudade não reclamo Já conheço antigos fados...
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Sorte tem quem a procura Não me canso de dizer Quando a noite é mais escura Tua luz me dá prazer.
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Pele com pele dá certo Alegrias sem limites O meu mundo segue aberto Só te peço que acredites.
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Tanto tempo nesta espera E ninguém fala meu nome, Quando penso em primavera Roseiral, morrendo some...
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A tristeza é companheira Minha amiga inseparável A parceira derradeira Desencanto interminável.
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Roda, roda a sorte gira E não pára de girar. Teu amor uma mentira Que aprendi a decifrar.
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Nada tenho de alegria Meu prazer já foi embora, E somente a noite fria No meu peito se demora.
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Vai chovendo de fininho, Tanto barro nesta estrada Teu amor já sem carinho Na verdade não diz nada...
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Rosas trago em meu jardim, Amarelas e vermelhas Coração traz dentro em mim Deste amor, belas centelhas.
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Lavo os olhos na saudade Do meu bem que não me quis A tristeza agora invade Nunca mais serei feliz
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Trago os olhos já cansados De chorar por quem não quis Os meus beijos vão calados Coração bate infeliz...
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As palavras que disseste Me trouxeram tanta mágoa Neste solo tão agreste Esperança não deságua...
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Trago a marca do abandono Cicatrizes dentro da alma, Já perdendo amor e sono Nem o canto mais me acalma...
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Ergo os olhos e procuro Quem outrora quis tão bem Mas o céu estando escuro Não me mostra mais ninguém.
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Barco ao léu, o mar carrega Sem destino cadê porto? A minha alma andando cega Peito sem amor, já morto...
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Trovejante coração Faz das suas e me engana Outros dias sofrerão Esta sorte desumana
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Tanto quero que não sei Se o querer faz bem ou mal, Meu amor eu encontrei Noutros bailes, carnaval.
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A vovó tá bem surdinha Nada escuta, minha gente Tá careca e banguelinha Só não tem mais dor de dente.
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Lambisgóia de uma figa Mercenária e vagabunda Se quiser pensão tem briga Tem tapão na sua bunda.
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Beijo o sonho que me deste Como fosse um bom presente Desde o dia em que vieste O final, alma pressente...
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Bebo gotas deste orvalho, Já não posso mais sonhar, Meu amor o meu trabalho Não me deixa descansar...
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Risos falsos, fantasias A que resta, a do palhaço, Procurando as alegrias Não encontro nem pedaço.
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Tempo escorre em minhas mãos, Sorte foge dos meus dedos, Os meus cantos sempre vãos Aumentando cedo os medos.
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Eu te trago uma mensagem De quem tanto quis teu bem, Trago sempre na bagagem A saudade deste alguém...
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