
MEU SONHO
Data 30/03/2011 10:02:12 | Tópico: Sonetos
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Vou fazer deste meu sonho O que possa ou mesmo não Onde veja o tom medonho Desta torpe solidão, E deveras onde enfronho Novos dias não verão
O meu canto sem proveito O sentido mais atroz E se tanto hoje me aceito Não encontro nada após, Na verdade este conceito Gera a fúria viva em nós.
O caminho se desanda Coração anda de banda.
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Nada mais pudesse ter Senão erros mais constantes E podendo perceber O que tento e não garantes Os momentos de prazer, Já não são tão deslumbrantes.
Quando errático eu caminho Vendo as ondas deste mar, Onde possa ter um ninho Não consigo descansar, E se vejo ou sou mesquinho, Delirante num vagar.
Inconstante como a vida Tantas vezes corroída.
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Aprendendo esta lição Onde o corte nos ensina A verdade em tal versão Poderia cristalina, Mas na imensa solidão, Todo o sonho se extermina.
Vendo o quanto não resisto E se possa ser feliz, Entranhando o quanto insisto Revivendo o que não quis, Meu caminho molda nisto O cenário em cicatriz,
Verso além do que pudera Expressando a rude fera.
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Basta mesmo de promessas, Os meus erros são constantes E se possa e além tropeças Entre estrelas deslumbrantes Os meus dias entre peças Resumindo o quanto espantes.
Nada mais se veja além Do momento em sortilégio, O meu mundo num desdém Não conhece o privilégio E se mostra o quanto vem Num instante outrora régio, E sem saber o que inda tem.
Resumindo cada verso Tenho na alma este universo.
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Na marcante sintonia Entre o ser e o não se visse O momento em heresia Resumindo esta mesmice, No caminho, não viria Transformar mera tolice.
Apresento qualquer passo E se queira ser assim, O cenário aonde o traço Dita apenas o meu fim, E envolvido em tal cansaço Nada mais resiste em mim,
Tão somente o que se queira Noutra estrada, corriqueira.
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Já nada mais se faz Onde o tempo dita o rumo Sem saber do contumaz Desejar e quando assumo O meu mundo busca a paz E se possa em raro sumo.
O versar onde se fez Alegria de um poeta Que no canto em lucidez Na esperança não completa A total insensatez Onde a vida muda a meta.
Nada mais eu quis enquanto O meu passo, eu não garanto.
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Entre tantas noites sigo Vencedor ou já vencido, Aproxima-se o perigo E deveras convencido Do que possa em desabrigo, Ter o sonho empedernido.
Resta pouco ou quase nada Do que tanto quis um dia A verdade desolada Esperança não se via Nem sequer uma alvorada Noutro tempo bordaria
Num cenário aonde quis, Ledamente ser feliz.
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Versejar e nada ter A não ser a solidão O caminho a se tecer Noutro passo em redenção A verdade diz querer Onde vejo em procissão,
Embotando cada passo No tormento que se dá O meu mundo, se o desfaço Recomeço desde já A moldar em novo traço O que o sonho me trará
Versejando ou mais tentando Contra a sorte em contrabando.
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Na palavra que me acolhe No momento aonde eu pude Reparar o quanto colhe Todo passo em plenitude, O meu mundo hoje recolhe O que possa e não me ilude.
O metódico caminho Entre os ermos da esperança Onde fora mais daninho Meu momento em temperança O que tento com carinho No final a sorte alcança
Restaurando dia a dia O que tanto se queria.
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Já não posso ter no olhar Qualquer sombra de um momento Onde a vida a se mostrar Traz o quanto ora fomento, Sem temer o navegar Outro sonho leva o vento,
E resumo do que fomos Esperanças sem proveito, E se posso entre os mil gomos, Desenhando aonde aceito Os anseios entre os tomos, No momento onde me deito.
Resumindo enquanto vaga Minha sorte nesta plaga.
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