
Peregrinações repletas de amor!
Data 30/03/2011 00:40:05 | Tópico: Poemas
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A emoção é efémera e irracional! Irracional no sentido de estar totalmente fora dos nossos hábitos e de nos sujeitar, á magia com que nos presenteia.
Nós acolhemos uma emoção e encontramos espaço disponível para ela, quando nos dispomos a fazê-lo.
A emoção é como um milagre que nos visita dia a dia, ela é maravilhosa quando surge do inesperado e nos leva á invenção e à renovação prodigiosa do presente.
As emoções da infância têm uma vitalidade com particularidades de tal forma fortes, que para mim equivalem a vagas de fundo, que me erguem e me enchem de inquietação antes de me depositarem nas margens, de um quotidiano inalterado.
Quando penso que jamais serei visitada pelas emoções da minha infância, fico a recordá-las, com imensas saudades.
A emoção tem a particularidade única de deixar uma marca, de lançar uma semente dentro de nós, um fermento que vai levedando e crescendo que poderá renascer e ressurgir num determinado momento e num contexto totalmente inesperado.
Esta visita ao museu do meu pensamento, são como peregrinações repletas de amor, que me suscitam emoções que vão da serenidade, à alegria em que me encontro, neste contentamento que me traz à memória, a unicidade de cada momento vivido.
Estas visitas aproximam-me sempre de Deus, nunca O vi, mas posso senti-LO e a Sua presença é tão real e é graças a Ele, que nesta paz me conheço e sou mais existente.
Quando afirmo que sou mais existente, refiro-me a ser eu mesma, nesta comunhão de entrega a entrega, de emoção em emoção e é aí que reside a qualidade de cada emoção por mim vivida, e tão profundamente sentida.
A emoção faz-me sempre ir mais longe, no grande e maravilhoso mistério, que me compôe a vida, nesta firmeza determinada de ser.
Por muito efémera que seja a emoção, ela permite-me aproximar-me do Divino, que habita em mim que me protege, e é quando me perco, para ouvir a voz do exterior, que ela me trai.
O papel da emoção é levar-nos um pouco mais perto, o mais perto possível, do amor universal.
Alice Barros
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