
ERROS E ACERTOS
Data 23/03/2011 08:13:42 | Tópico: Sonetos
| Há tanto que eu queria te falar Dos erros ou acertos vida afora Quando a fortuna toca e desancora Não tendo sequer rumo nem lugar, O verso se aproxima e ao divagar O lento desenhar aonde aflora A sorte não pudesse desde agora Marcar o que mais tento desenhar, E vejo sem certeza o quanto venha Acendo da esperança a velha lenha E nada se anuncia após o medo E embora sonhador já sem sentido Meu mundo noutro engodo o dilapido E nem sequer um passo a mais concedo.
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Concedo dos meus erros outros tais E vejo o quanto resta dentro em mim, Ainda quando tento e vejo enfim Os erros são deveras quase iguais, Os olhos se perdendo em divinais Anseios onde pude em teu jardim Gerar o todo audaz e sei que vim Ousando sem saber quanto me trais. Negar alguma luz a quem suporte Tateio e procurando além do corte Apenas este apoio que não veio, Não tento caminhar imerso em sonho E sei do meu momento mais bisonho Vivendo o quanto possa e siga alheio.
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Não queira acreditar no quanto reste Do tanto que se possa ver ou não, Acerto toma a meta em previsão E nisto o caminhar se faz agreste E vejo outro cenário aonde empreste Meu verso sem sequer saber versão Diversa da que teime em expressão Suave em tom audaz, quase celeste. Vieste consolar quem tanto quis Após a madrugada ser feliz Ou mesmo controlar um passo além E sinto sem saída a sorte enquanto O verso mais sutil que ora garanto Transcende o quanto resta e nunca vem.
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A vida mesmo incerta traz após A queda alguma luz onde se vira A sorte desvendada na mentira E dela não se ouvisse nem a voz, O verso se mostrara qual algoz A lenta solução deveras gira E o vento desmanchando a velha pira Cigana maravilha morta em foz, Versáteis cantos ditam tantos erros E vejo dentro da alma meus desterros E neles outros tantos que não sinta Erguendo o velho olhar sem direção O mundo na completa dimensão Expressa mesmo quando o sonho minta.
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Passasse mesmo o tempo sem sentido E o canto anunciando velho tema A luta que deveras nos algema Expressa o sonho atroz e desvalido, O vento sem razão quando eu olvido Refém deste vazio aonde o lema Presume tão somente outro dilema E nisto vejo o passo repartido. Repatriando o velho caminhar Em volta do que fosse algum luar Invado sem saber qualquer detalhe, E nisto tanto possa quanto reze A velha solução onde reveze O passe noutro engodo e mesmo falhe.
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A vida demandasse algum amor Depois do que se mostre reticente O tanto que deveras já se sente Não trama algum juízo de valor, Negar alguma luz a quem em dor Tentasse novo dia e ora se ausente, Vivendo o quanto trace tentador Num ermo desvendado redentor Do quanto na verdade o fim pressente, Ainda não pudera ser diverso E nisto noutro passo se disperso O tempo não teria mais proveito, O rústico cenário se anuncia E a noite com certeza mais sombria Explode no luar quando me deito.
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Desanda cada passo aonde um dia Pureza não traduza a imensidão Dos ermos que tocando o coração Trouxesse qualquer tom em poesia, Negar o que se quer e não viria Eu sei já não seria a solução E envolto nos anseios que virão, A sorte traz no olhar a rebeldia, Agonizasse aos poucos quem se dera Prevendo esta incerteza mais sincera Aprendendo o caminho ou se perdendo, Angustiosamente o vento explode E o tanto se desenha em sonho e em ode Enquanto o meu cantar se faz adendo.
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Uma amizade ou mesmo a companhia Que possa dividir a imensa carga Enquanto o tempo apenas nos embarga A luta se perdendo em luz vazia, Ainda que se queira o que traria O verso mais audaz, e sigo à larga Espreito o delirar e nada alarga A sorte sem sinal de fantasia, O vento noutro rumo e o temporal O verso se reflete num igual Cenário mais sutil e mesmo nobre, Do prazo onde se esgota cada sonho O tanto quanto possa ora componho Na luz que mansamente nos recobre.
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A vida traz em todo novo engano A mesma cena após o quanto eu quis E sei do meu anseio e por um triz Acumulando apenas claro dano, E tanto quanto possa eu me profano Deixando tão somente a cicatriz Semeio entre os vazios e sei que fiz Somente do não ser um novo plano, Restando muito pouco ou quase nada A luta pela vida desenhada Deseja numa ausência o quanto resta Da marca mais audaz e nela sinto O vento que sonhara agora extinto E o tempo desenhado em turva festa.
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Desertos onde tanto procurava Algum oásis quando em temporais Os versos invadindo os areais E nisto a solidão expressa a lava, O manto mais audaz onde se lava A vida entre diversos vendavais Ainda quando aquém do sonho vais O tempo molda esta alma, mera escrava. Restando o tanto ou pouco aonde o verso Trazendo em meu olhar o mais disperso Cenário feito em brilhos e valores, Decifro com meu canto o que viria E tento imaginar a poesia E nela te seguir por onde fores.
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Não mais me bastaria acreditar Nem mesmo ter no olhar este horizonte Aonde cada passo desaponte E deixe sem sinal o verbo amar, E sei do que pudera em tal lugar Ousando acreditar onde desponte O sol e nele expresso a bela ponte Que invade cada noite de luar, Almejo melhor sorte, mas decerto O tempo aonde o rumo ora deserto Não deixa nem sequer a menor marca O término do tanto que me dei Mudando com certeza regra e lei Amor que além concebo agora abarco.
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Não mais me caberia qualquer passo Aonde o meu anseio determine O tanto que coubesse e se extermine Deixando na verdade o quanto traço, O verso se mostrara mais escasso E sem ter mais alguém que me domine, O luto se progride enquanto estime O vento aonde o mundo seja lasso. O pânico se espalha enquanto a fúria Deveras não trouxesse além da incúria Sequer a menor chance cura e riso, Dos erros mais comuns apresentando O mundo aonde o quis suave e brando E agora em grises laços eu matizo.
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Vestígios de outras eras onde um sonho Pudesse transcender ao mais suave Momento aonde tudo invade e agrave Gerando o que pudera ser medonho, E quando no final enfim me oponho E sigo o temporal onde esta trave Deixasse suavemente aonde a chave Não mais trouxesse a luz enquanto a ponho, Vertigens e loucuras, labirinto O tempo se desenha e não desminto Sequer o que se fez em tom venal, Apenas o caminho que se busca Traduz a sensação audaz e brusca Do passo em discordante ritual.
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Quisera ter no olhar a mansidão De quem se faz além do quanto pude E vejo se perdendo a juventude Imersa noutros dias desde então, Negando qualquer passo em dimensão Disperso o meu anseio e sei do rude Momento feito em luz e em atitude Marcando os dias duros que virão, Não pude acreditar numa assertiva Ainda que esperança em sonhos viva No peito deste espúrio cantador, Aumentam-se decerto os meus infernos E quando procurava sonhos ternos Apenas encontrara enfim a dor.
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Negar apenas cada instante aonde O vento não pudesse ser diverso Do quanto procurara e desconverso Ousando acreditar e não responde O mundo quando em nada agora esconde Expressa este caminho mais disperso E tento acreditar no puro verso Embora no vazio a vida sonde, E siga sem proveito a queda em tom Diverso do que outrora fosse bom Em lúdica vontade ou destoante Cenário aonde o tanto se fizera Marcando com ternura a velha fera E nisto cada passo se agigante.
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Proveitos que esta vida não trouxesse A quem se fez audaz e não teria Sequer o quanto quer em alegria E neste caminhar qualquer benesse, Ouvindo com certeza a rude prece E nela o tempo além se moldaria Marcando cada passo em agonia Enquanto alguma luz enfim merecesse. Não pude e não teria qualquer chance E quando no vazio a voz se lance Alcanço cada rastro que deixei Matando em dissonância o verso em paz, Ainda do que fora mais capaz Não vejo nem a sombra em leda grei.
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Não tento e não pudesse mesmo atento Enquanto noutro rumo ora tateio Vestindo o sortilégio de um receio Expondo o coração ao torpe vento, E sigo sem saber o quanto tento E vendo dentro da alma em tom alheio O verso se moldando e não anseio Sequer outro caminho ou instrumento, Apenas o que sei e não concebes Tentando adiantar em novas sebes Cenários dissonantes do passado, E tanto quanto possa ser feliz Aonde esta esperança contradiz O mundo sem ter luz agora evado.
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Jogado sobre as pedras do caminho O tempo não deixasse ver além Do quanto a própria vida com desdém Não deixa ter bem mais que algum espinho, O vento noutro passo aonde alinho, E sigo este momento aonde vem A sorte maltrapilha e nada tem Senão cada momento mais mesquinho, Audaciosamente o vento expressa E nisto qualquer luz vira promessa Apesar de viver somente assim, Marcando o que se molde noutro instante A senda mais audaz nada garante Estio sem limites no jardim.
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Braseiros entre sonhos e fogueiras Anseios mais comuns de quem cigano Ousasse caminhar e se me engano Além do dia a dia agora esgueiras, Nos tempos mais ferozes onde queiras Vencer este fantoche e neste plano O sonho se moldara desumano E destes erros todos, velhas beiras, Arcando com os dias mais cruéis Ainda que se vejam tantos féis Fiéis momentos dizem do abandono E quando se anuncia o verso em paz O tanto que pudera e a vida traz Enquanto do passado o desabono.
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Negar o meu tormento enquanto pude Sentir a leve brisa da esperança Marcando o dia a dia aonde avança O passo sem temor audaz ou rude, E nada do que possa em atitude Diversa do cenário aonde cansa A senda mais comum em aliança Expressa o que deveras tente e mude, Restando o que se fez imaginário O verso noutro tom e itinerário Esconde dos meus dias cada vão E sei da fútil noite sem ninguém E quando a fantasia ronda ou vem, Amor já não seria esta expressão.
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Fazer de algum soneto o porto aonde Meu barco poderia em noite escura Depois de tanto tempo em vã procura Trazer o quanto possa e além se esconde, O verso na verdade corresponde Ao todo que se quer e me assegura A luta quando a mesma ora perdura E nisto se perdendo trem e bonde, A história não reflete o que se quer E o tanto se presume onde sequer O verso se transfere em sonho ou canto, Depois de quantos anos, solidão, As horas noutra imensa dimensão Trazendo tão somente o desencanto.
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Cerzisse com meus sonhos outro encanto E nisto o que tecesse poderia Ousar noutro momento em alegria Ou mesmo desenhar tal em medo e pranto O todo quando muito traz quebranto E versa sobre a noite sempre fria E tento desvendar em poesia O tempo aonde o medo seja tanto; Não pude e nem talvez mesmo pudesse Ainda imaginar a sorte em messe Diversa da que tanto procurara A luta se desenha em tom bravio E quando noutro rumo eu desafio A sorte se desenha bem mais rara.
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Resumo cada sonho em bisturi E vejo navegar por mar distante O tanto que se quer e não garante Senão cada momento onde o perdi, E vendo o quanto quero vivo em ti Meu mundo seja novo doravante E nada do que possa me adiante O passo aonde o rumo não mais vi. Viceja dentro da alma a primavera E quando na verdade o que se espera Esvai em tom audaz mesmo sutil, O marco mais suave em luz e glória Deixando para trás cada memória Moldando o quanto sinto e ninguém viu.
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Zarpando com certeza mundo afora Já nada mais pudera me conter, Mas sei do quanto viva em desprazer O tempo aonde o rumo desarvora, Vestindo a solidão em nada ancora A sorte que eu soubera reverter Depositando na alma o doce ser Que sabe quando a sorte me apavora. Não sei e não teimasse contra a fúria E tanto sem temor ou dor, lamúria O verso se apressasse em me moldar Um mundo mais suave e mesmo além Do quanto este vazio sonho tem E trace aonde eu possa divagar.
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Locando esta esperança em qualquer porto Ainda que se busque a liberdade O verso pouco a pouco desagrade Deixando o meu caminho semimorto E quantas vezes vejo como aborto O tempo sem sentido e claridade, Ousando aonde possa e se degrade O marco aonde o tempo siga torto, Não vejo alguma chance em ser feliz Tampouco sonho um dia mais suave E quando no final o tempo agrave Deixando sem sentido o quanto eu quis Risonha luta embota o meu futuro E vejo o caminhar sempre inseguro.
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Jamais me caberia ainda crer No quanto a vida mente e não sossega A sorte com certeza sendo cega Talvez trague no fim algum prazer, E tantas vezes soube merecer O manto aonde o verso não se apega E gera esta emoção e enfim navega O mar imenso feito em bem querer, Não quero e não pudesse ter diverso Meu mundo sem saber deste universo Disperso dos enganos mais sutis, E quando imaginara novo cais Ainda vendo ledos temporais O símbolo do amor jamais me quis.
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Resgato com meu sonho o teu anseio E vendo o que pudera em tom maior Sabendo desta história já de cor Meu braço se procura em devaneio, Ousando acreditar no que não veio Tentando ter no sonho além suor O dia com certeza bem melhor Aonde cada verso em paz rodeio, Não tendo qualquer chance sigo aquém Do tanto que este amor agora tem E bebo o meu cenário displicente Verdugos da ilusão, dias doídos E os ermos entre tantos destruídos Prezando cada passo que apresentes.
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Não tendo qualquer luz que me ilumine O caos se apresentando a cada queda O mundo no vazio se envereda E sempre sem sentido algum já mine O passo que deveras me domine Ou mesmo no caminho aonde seda A senda mais sublime e quando enreda O tempo sem juízo desatine, Ausento da esperança que me deste E sei do caminhar em solo agreste Após o longo estio, vida inútil O canto se mostrara quase fútil E o prazo determina o fim de tudo, Mas mesmo assim incauto ora me iludo.
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Empreste à solidão esta alegria Ou tente uma esperança onde não há E o vento que deveras toque cá Noutro momento em ti alentaria Ao sonho mais audaz conduziria E neste brilho intenso moldará A senda mais sublime qual maná Embora seja a vida mais sombria, Resgato sem saber o quanto pude Viver entre detalhes sendo rude O prazo que jamais alimentara, E sei do meu anseio em tom atroz E quando se imagina novo algoz O preço noutro rumo se escancara.
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Um mundo turbulento aonde um dia Vivesse sem saber do que se faz Ou mesmo sem poder ser mais audaz Morrendo em tom atroz e em agonia, O manto que deveras já desfia O tanto quanto vejo em contumaz Anseio já matando inteira a paz E nisto o tempo mata uma harmonia, Simbolizando o verso aonde eu pude Trazer em todo olhar a juventude Marcando com astúcia o que se fez, Restando dentro em nós esta clemência E nela tão somente a paciência Ou mesmo o quanto quis em sensatez.
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Mergulho nos anseios de quem sonha E veste do passado a mesma estirpe E quando na verdade a vida extirpe Não tente caminhar, lida medonha, O beijo traiçoeiro se anuncia E vejo noutro passo este desvelo E quantas vezes tento e posso vê-lo Deixando para trás a alegoria De um tempo aonde o tanto se faz pouco E sei do mesmo tom iridescente E quando na verdade o mundo sente O vago caminhar onde treslouco, Restando da esperança um mero canto O que se molda agora é desencanto.
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Inverto a caminhada e volto ao quando Pudera desde sempre acreditar E neste mais dorido desenhar O verso se traduz desafiando O vento carregando em contrabando Imensa e clara noite a nos tocar, E possa na verdade anunciar O mundo aonde eu vejo a luz tocando Seara da emoção já compartilha A luta aonde fora a maravilha Sequer uma armadilha se desenha E vejo o quanto pude após a queda E nisto o meu engodo agora seda Quem tanto contra a fúria agora venha.
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Não pude e nem talvez acreditasse Na sórdida presença da esperança E quando no final o passo avança Demonstra novamente o mesmo impasse E sei do que pudera e se mostrasse Ainda penetrando a velha lança Marcando com terror a confiança Gerando tão somente o que desgrace, Restando dentro em nós o descaminho E sei do quanto possa ser mesquinho Quem tanto se fizera prisioneiro Do amor já sem sentido e sem segredos Ainda se mostrando em desenredos Matando deste barco o timoneiro.
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São tantos desacertos vida afora E o preço a se pagar com claro juro Traduz a imensidão onde procuro O tempo que sem tempo não aflora O marco mais sutil já desancora O barco aonde o tanto eu asseguro E salto tão somente sobre o muro Dos sonhos onde o tanto me apavora, Não quero e nem pudesse ser diverso Vagando pelos ermos do universo Enveredando o tanto que se quer, Nas tramas mais audazes da alegria O verso noutro tom eu mostraria Distando dos anseios da mulher.
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Já não mais me coubera algum espaço Depois de tanto estar em luta e dor Ainda que se busque o redentor O verso noutro tempo quero e traço Vagando sem saber deste cansaço E nele o que pudera te propor Ousando acreditar neste valor Disperso cada sonho e nada faço, Matando o dia a dia em tal anseio O vento se anuncia e quando veio Explodirá nos ermos de minha alma, Apenas o cenário mais suave Aonde o caminhar agora entrave Deixando-se antever o medo e o trauma.
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Não mais se acreditasse noutro instante Aonde o que se quer pudera ser Diverso do caminho a percorrer E nisto nada trague doravante, O verso sem saber do que agigante O manto pouco a pouco apodrecer Domínios de um momento aonde o ter Pousasse mansamente e delirante, Negar a dimensão do passo e vendo Apenas o que fosse algum remendo Dos erros mais comuns, sonhos sutis, Desvendo o meu anseio e sigo após O tanto que se quis e sei atroz Vivendo muito mais do que ora fiz.
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Brindasse com meu sangue em tom brumoso Aos erros cometidos no passado E quando cada verso ora degrado Procuro com certeza um manso gozo, Embora saiba ser tão pedregoso Caminho noutro tom já desenhado O canto aonde possa e se me evado Não deixo qualquer sonho, caprichoso. Impura sensação que nos acolhe O tempo sem saber tanto recolhe E segue sem sentido e sem por que Dos tantos vis naufrágios vida afora Agora a solidão que me apavora Não deixa nem sinais e nada vê.
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O quanto deste canto diz cordel E possa imaginar outro caminho Do tanto que se fez mesmo sozinho A vida recolhendo o manto e véu E vejo com terror o mar incréu Vestindo a solidão e se me alinho Nos ermos dolorosos deste espinho, A sorte se desenha em carrossel, Não tento acreditar no que não veio Semente se anuncia em tom alheio Ao quanto poderia em solo manso E tantas vezes vejo o fim de tudo Enquanto no final me desiludo E nada do que sonhe enfim alcanço.
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Bastando alguma luz a quem se dera Presença sem temor em sonho e luz Ainda quando em versos eu me pus Tentando a sorte atroz, mesmo sincera, Não pude imaginar em lenta esfera O verso desenhado em mede e pus Tentáculos do nada e se me opus O mundo não traduz além da espera, Restando o quanto vejo e mesmo incito No tanto desejado este infinito Momento aonde o anda se faria, Vestígios de uma vida sem anseio Aonde o descaminho sempre veio A noite se desenha atroz e fria.
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Nas mãos de quem se fez o salvador O olhar domina em paz a plenitude E nada do que possa sempre mude O mundo feito em glória e raro amor, Mas sei do quanto tente em cada flor Ousar o renovar da juventude E sendo quando o mundo nos ilude Apenas o vazio em leda cor, Grisalhos ermos da alma de quem seja Diverso desta sorte benfazeja, Mas sonha com o dia mais feliz, O mundo num cenário desatento Não traça o que decerto agora eu tento Seguindo o dia a dia por um triz.
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Protótipo de sonho aonde veio O canto mais audaz em devaneio Ou mesmo alguma voz que nos chamasse Enquanto a solidão tudo tomasse, A vida traz além de algum receio O tanto quanto possa e sigo alheio Pousando na verdade noutra face Restando o que deveras nos embace A luta sem sentido e sem razão Expressa com certeza a sensação Sem tréguas nem descanso dia e noite, O verso se anuncia e quando açoite Acoita a viperina fantasia Aonde o meu cenário morreria.
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Negar o quanto tenha e mesmo creia Depois da sensação de sorte cheia Anseios entre passos bem mais fortes E neles outros tantos já comportes, Marcando cada luz que nos rodeia A luta sem descanso devaneia E bebe do passado em duros cortes Mesclando no vazio ventos, mortes. Reparo cada engano e sigo ao fim Matando desde sempre o que há em mim Erguendo o meu olhar sem horizontes E tanto sem saber já desapontes Nas fontes dolorosas da esperança Enquanto o passo aquém o nada alcança.
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Negar o que se fez ou poderia Tentando acreditar na hipocrisia Envolta nas temidas ilusões Eu sei que na verdade o quanto expões Traduz a sensação atroz e fria Marcada sem saber da sintonia E nela cada passo em vão repões Deixando para trás velhos verões Versões diversas vivem dentro em nós E sei do caminhar em solo atroz Velozes desvarios, rios mortos E tanto imaginara novos portos Aonde com certeza nada existe Somente este cenário espúrio e triste.
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Dos rastros que deixaste no caminho O verso sem certeza em desalinho Prezando em rima e métrica a loucura E quando esta incerteza configura Somente o quanto possa mais daninho O mundo se mostrando em ledo espinho Depois do que tentara ser a cura Deixando no passado esta procura. Restando uma ilusão aonde visse Bem mais do que se fez mera tolice Vagando sem sentido e sem razão Apresentando aquém da solução A luta aonde cessa esta esperança E o verso noutro passo ora se lança.
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Não tento acreditar no que não veio Sequer outro cenário em tom alheio Marcando com terror o dia a dia Deixando cada cena mais sombria, O verso sem saber onde o rodeio Mandando novo tempo e sem receio E sigo sem saber do que teria A luta sem valor em tal sangria. Não pude acreditar no que não seja Sequer o que deveras nunca veja Apenas outra perda que se soma, Restando dentro em nós cada palavra O tempo sem sentido agora lavra E nem sequer a luta ora nos doma.
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Espero alguma luz onde não há Sabendo deste medo e desde já O tanto que se quis não mais coubera Na fase mais temida ou insincera, Reparo o quanto possa e me trará Ainda sem certeza aqui ou lá O enlace mais atroz onde se dera A solidão expressa em tal pantera Marcantes ilusões em voz audaz E nada do que possa a vida traz Gerando sem proveito a mera queda, O verso sem saber da precisão Deixando cada engano em passo vão Apenas no não ser ora envereda.
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Beijando a boca amarga da saudade O tanto que se quer sequer invade E deixa imaginário caminhar Em meio ao quanto possa desenhar E nisto se presume a liberdade Ousando no final na ansiedade Mergulho insanamente neste mar E nele tanto possa me entranhar Tentando resvalar em onda e luz E quando no final nada produz O corte em tom suave ou mesmo rude Deixando para trás a juventude Expressa o que se fez em claros tons Ousando na verdade em novos dons.
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Não tento acreditar no que não sei E tanto quanto possa nesta lei O mundo se anuncia sem cuidado Deixando o sentimento ora de lado, O verso que deveras sempre usei O passo sem sentido aonde ousei O vento noutro tom já desolado E nisto o quanto possa enfim evado, E invado este caminho em tom feroz Deixando mais silente cada voz Sem nada que se possa imaginar Ou mesmo quando tente divagar Já não mais sinto o gozo em plenitude E mesmo esta emoção audaz me ilude.
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Nascendo da mortalha feita em vida A senda mais audaz e consumida Nas tramas onde o verso dita o não Deixando para trás a imensidão Há tanto sem sentido e desprovida Da luta que pudera e não duvida Expressa a mais diversa dimensão Deixando para trás a solidão, Respaldos de uma sorte sem juízo E quando no vazio ora matizo Deixando o tom grisalho costumeiro Ousando acreditar no derradeiro Momento em luz imensa que viria Traçando dentro da alma a poesia.
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Não mergulhasse apenas no passado Tampouco acreditasse em tom sutil No quanto outro momento mal previu Deixando para trás o velho brado, Resumo deste amor que sem pecado Ainda sem certeza não se viu Pousando num cenário mais gentil Ou vil desenhar ledo em duro prado, Espero a sorte audaz e nada vindo Apenas o que possa e sei que é findo Afortunadamente sem temores, E sigo cada passo que deixaste Embora se perceba este contraste Sem nada mais decerto agora opores.
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