
VAZIO
Data 22/03/2011 15:02:06 | Tópico: Sonetos
| Somente este vazio poderia Trazer alguma chance de vingança E quando com certeza o tempo avança Já nada noutra face mais sombria Expresse o quanto resta em fantasia Errático cenário aonde lança A vida com temor e sem fiança Deixando para trás o quanto guia O verso sem sentido em tal anseio E o quanto na verdade não mais veio Vestígios de uma luta sem sentido, O canto em discordância a voz cruel E o tanto que se fez em carrossel Enquanto o meu receio dilapido.
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Não tendo qualquer luz aonde as trevas Deixasse alguma marca do que há tanto Pudesse desenhar onde eu garanto Somente com certeza teimas nevas E sei das minhas ânsias mais longevas E nelas o temor em desencanto Marcando com ternura o que foi pranto E nisto outros anseios tentas, cevas. Resumos de momentos onde o fardo Talvez já demonstrasse o que retardo E tente novamente o que não vinha, A luta se atravessa em descaminho E busco com ternura o mesmo ninho Aonde esta esperança em vão continha.
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Não quero acreditar no que deveras A vida desenhasse em tom sombrio E quando o dia a dia eu desafio Espero tão somente as mesmas feras E quantas vezes sinto e destemperas Marcando com terror o velho rio E neste delirar não mais desfio O tempo aonde se vibrassem vis quimeras, Refém do quanto pude imaginar Não tendo com certeza algum lugar Sequer em meio ao farto pesadelo, O manto que se possa ver de perto Enquanto uma esperança eu já deserto Contento-me somente por revê-lo.
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No tempo sem ter tempo de tentar Apenas algum porto em meio ao farto Desejo aonde o quanto ora descarto Não deixa que se veja enfim o mar, Ainda que pudesse navegar O marco se anuncia e não reparto Sequer a sensação de dor e parto Aonde a vida possa divagar, Discernes entre enganos outros tais E vejo os dias ermos e abissais Jogado sobre as pedras entre as rocas, E sei das minhas loucas ventanias E quanto mais deveras tu querias Os erros tão constantes já provocas.
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Negar o quanto possa e com certeza Ao ver a solidão já sem temor O medo desenhara em desamor A sorte contra toda a natureza Do prazo aonde o tempo sem leveza Desvenda com ternura e sem rancor O mundo quando pôde em nova cor Marcando cada passo sem surpresa E presa do vazio aonde um dia Ousasse desvendar a poesia E nada mais teria senão isto, Restando muito pouco ou quase nada A luta noutra face desvendada Explica em mansa voz por que desisto.
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Bebesse qualquer sonho aonde nada Expresse a solidão de quem já tenta Vencer esta emoção mais violenta Depois da sorte enfim já derrotada, A luta noutro tom enunciada A vida se aproxima da sangrenta Vontade aonde o fim não apascenta E gera com terror a velha estrada. O marco sem sentido e sem caminho Ainda que pudesse estar sozinho Após o quanto tente em amargura Ainda que decerto já tortura Não cabe novo alento aonde trace O verso sem sentido dita o rumo, O mundo noutra sorte ora resumo E mostro sem temor a velha face.
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Marcantes emoções aonde o verso Não traga com certeza novo encanto E sei do quanto possa e não garanto Sequer o que tentara em tom diverso Seguindo em direção ao universo Marcando com ternura o velho pranto E nada se mostrara sempre enquanto O tanto que se visse mais disperso, No prazo aonde o fim se determina O quanto se mostrara em cristalina Vontade nada trama o que talvez Ainda este cenário trama o fim Aonde o que pudera vejo em mim E nisto outro momento tu não vês.
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Mantendo o quanto possa e não mais sinto O marco sem sentido aonde vejo O tanto quanto quero e não prevejo Deixando o meu caminho agora extinto, O ledo desejar implica instinto Diverso do que possa em benfazejo E nada mais pudera em azulejo Senão a noite feita enquanto minto. E trama com certeza o dia a dia A vida aonde o tempo não viria, E sigo o quanto trama e não viera Deixando para trás o que não sabes Bem antes que decerto ora desabes E sei o mundo atroz em tal quimera.
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Apresentando a vida em tom suave Prefaciando o sonho que inda venha A sorte no final não mais desenha O rumo enquanto o fim não mais agrave, Desvendo o que se faz e sei da trave E nela o quanto possa ronda e tenha Somente esta incerteza em tosca senha Na sanha mais audaz libertando ave Que possa ser um símbolo de quem Ousando quando a noite ainda vem Tentando acreditar na imensidão Do mar que se apresente e nada tema Rompendo com certeza alguma algema Vagando nesta imensa migração.
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Prossigo o meu caminho mesmo quando Imaginasse apenas o final Do tanto que se molde em ritual Por vezes noutro passo se moldando Excêntrica loucura nos tomando E vejo o mesmo medo em tom igual Ao quanto poderia ser banal E nisto vejo o dia bem mais brando, Restando da esperança o quanto veio Somente o caminhar se faz alheio Ao tanto sem sentido e sem promessa A luta se anuncia quando anseio O rústico cenário em devaneio E a velha história enfim já recomeça.
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A pútrida expressão de medo e morte Rondando em tez brumosa a noite vaga E quando a solidão invade a plaga O nada nos degrade e desconforte Ainda cada engodo se comporte E gere a imensidão enquanto alaga De tétrica expressão a velha draga Deixando sem sentido cada corte, Não pude e nem teria aonde um dia A sorte de tal forma mudaria O rumo dos meus ventos e esperanças E quando em tal carcaça se expusera A solidão augúrio em tal quimera Apenas ao vazio ora me lanças.
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Da rosa que esperava apenas resta Espinho quando vejo inutilmente O tanto quanto a vida se apresente Na face mais atroz, leda e funesta Ainda quando a vida não se empresta Ao tanto que deseja e novamente Pousando neste caos imprevidente O verso se arrastando tudo empesta. A sórdida ilusão já não me cabe E sei do quanto a vida ora desabe Sem ter sequer o tempo mais feliz, E vendo o que se fez ingratidão Os olhos na verdade me trarão Aquém do quanto sonho e outrora quis.
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Amargas a verdade enquanto sonhas E vestes o que tanto me enganara E nada se aproxima em tal seara Aonde vejo luzes tão medonhas. E sei desta incerteza sem que ponhas Os olhos onde a sorte não mostrara Sequer a mesma noite outrora clara Que agora traz paisagens enfadonhas. Escuto do passado a voz altiva E quanto mais a vida ora nos priva Expressa sem destino o prazo audaz, E sendo de tal forma o que inda trame A luta se mostrara em vão ditame E nada do que possa a vida traz.
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Jamais acreditei ou poderia Trazer em meu olhar outra saída Não fosse a própria sorte a despedida Da luta mais atroz e mais sombria, Não tento caminhar onde teria O medo como fonte e não provida História aonde em nada se duvida Sequer a mesma face em agonia, Resulto de um insulto ou mesmo até Da ausência mais completa, crença e fé Gerado pelo ocaso antes do início, E bebo dos meus erros costumeiros Tentando acreditar em meus canteiros Cevados no beiral de um precipício.
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Marcar com emoções que não se vêm Tampouco o meu desejo fosse assim, Promessa mais precoce de algum fim E tendo neste olhar quase ninguém Das ânsias e desejos sigo aquém E bebo o meu momento de onde eu vim Galgando o quanto possa dentro em mim Até chegar aos antros que convêm Ao velho lutador já tão cansado, O corpo pelo tempo embolorado Neste engelhado sonho morto há tanto, Não vejo mais sequer uma esperança Aonde o caminhar ao vão me lança Traçando com terror o desencanto.
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Batendo na janela a solidão Depois de tantos sonhos, nada disto Pudesse traduzir e sei que insisto Ousando noutros dias que trarão Apenas meu olhar em emoção E quando da alegria ora me disto, Ainda quando penso ser e existo, Desisto dos anseios, solidão. Negar o meu momento mais feliz Seguindo da maneira como quis Após cada vagar em noite fria, Efêmera ilusão não me traria Deixando tão somente a cicatriz E nisto a luz jamais se expressaria.
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Marcantes emoções em vida aonde O tanto se transforma em quase nada Porquanto se acredita na alvorada O sonho que no ocaso corresponde, Ainda quando o verso em vão responde A luta sem desejo anunciada E tanto se perdera quando evada Meu tempo do cenário onde se esconde. Restauro passo a passo meu caminho E sigo sem saber quanto é mesquinho O verso sem proveito em noite rude, Depois de alimentar esta vontade, Os olhos embotados de saudade Expressam o que apenas desilude.
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No tempo feito em rude sensação Errático momento diz da sorte Que sem saber sequer o quanto corte No fundo traz no olhar a negação, E sei das dores tantas da emoção E sem sentir decerto o que conforte, Apenas novo rumo em ledo aporte Os dias com certeza não verão, Apresentar o caos e ser assim Iniciando o sonho traço o fim Vivendo o tanto ou pouco que ora vejo, Depositando a sorte em frágil luz Ao menos ao não ser já me conduz O torpe desenhar de algum desejo.
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Bebendo desta noite enluarada Há tanto que pensei noutro momento E quando deste nada eu me alimento Não resta após a queda quase nada, Somente a sorte rude e que embotada Não deixa-se sentir sequer o vento E neste caminhar cada tormento Trará a sorte exposta e degradada. Não vejo dos meus sonhos o sinal Ainda permitindo outro bornal Aonde colha estrelas e delírios, Ainda que se vejam novos dias, No todo cada anseio que trarias Moldasse tão somente estes martírios.
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Na senda mais audaz em noite imensa O tanto sem proveito nos acolhe E quanto mais a vida se recolhe A luta noutro lado ora compensa. A vida se apresenta e sendo densa, O verso demonstrando enquanto colhe As flores do passado e o sonho encolhe Navego pela noite dura e tensa, Jamais imaginara poder ter Aquém do quanto um dia pude ver Seguindo esta inconstância feita em verso, Meu tempo sem ter tempo de buscar Ao menos onde possa descansar Galgando este submundo em universo.
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Não mais me conteria frente ao vão Nem mesmo implodiria esta esperança Que tanto quanto possa ainda avança Embora já sem nexo ou direção, Aonde se fez perda da adição Outrora desejada, frágil lança E tento novamente uma mudança Sabendo ser igual esta estação, Não vejo e não pudera ser diverso O tanto se desenha a cada verso Traçando o fim do sonho meramente, E quando alguma luz já se pressente, O tempo sem ter tempo se perdesse E nada do que tente, merecesse.
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Mereço tão somente estar sozinho Embora dolorosa esta verdade No fundo é o quanto resta e se degrade Não deixo de buscar além o espinho, No canto aonde o verso se fez ninho No encanto sem saber da claridade, Ousando contra a imensa tempestade O meu sonhar se faz ora mesquinho. Negar qualquer caminho e não poder Ainda ter no olhar o perceber Disperso entre os anseios e delírios, Apenas sigo a velha procissão Deixando para trás o sonho em vão Tentando acreditar em ledos círios.
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Iluminando a vida de quem ama A sorte mais sutil recolhe e soma, No fim de cada instante já me doma E nada do que fora agora é chama, Visão audaciosa se reclama Do tanto quanto possa e a vida toma, Deixando ao caminheiro em leve coma Apenas o cenário feito em drama, Respondo sem respaldo algum, mas tento Ainda quando veja em sofrimento Agônica presença do passado, O verso noutro tom elaborado Meu tempo sem ter tempo de sentir O quanto sem saída inda há de vir.
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Não mais me caberia acreditar Nos olhos desta imensa lua e creio Ainda que cultive em meu receio Os brilhos derramados sobre o mar, No tempo sem ter tempo de sonhar, O verso se transforma em mero meio E quanto mais deveras eu anseio Não pude novo canto desenhar, E meramente exposto ao que se fez Além de todo sonho e lucidez Vagasse sobre as rocas e tempestas, Sem ter sequer o brilho que procuro, Embora o céu se veja mais escuro A lua invade mansa em meras frestas.
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Românticos caminhos do lirismo Levando tão somente ao fim de tudo E quando no final eu sei me iludo, Ainda que se tente além eu cismo, E vejo com meus olhos este abismo E nele sem proveito me transmudo Deixando o coração calado e mudo, Espero tão somente o cataclismo, E bebo cada gole do que um dia Pudesse ser além do que veria Um átimo e meu mundo se perdendo, Do tanto que se fez imenso e claro, O amor que tão somente ora declaro Não passa na verdade de um remendo.
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Verdades sem apoio e sem escoras E nelas outras vãs e imaginárias As somas se perdendo mesmo em várias Vontades onde o tanto não ancoras, Depois destes momentos, duras horas As lutas que seriam solidárias Desnudam tais imagens temerárias E os olhos noutro cais já desancoras, Restando muito pouco do que há tanto Pudesse traduzir o que garanto Sem ter qualquer noção do que viria. Resgato dos meus erros outros tais E vejo apenas erros terminais Tornando sem proveito a poesia.
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Não quero e nem pudera ser perfeito Apenas ter nas mãos outro momento E quando na verdade tanto tento A solução decerto eu não aceito, E vivo cada noite em duro leito Restauro do meu sonho algum alento E tanto quanto possa o sentimento, O vento toma o todo onde me deito, Não passo de talvez um mero inseto E quando do vazio eu me repleto Anseio pela morte e nada além, O tempo se anuncia de tal forma Enquanto a própria vida nos deforma Apenas sofrimento ao longe vem.
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Não meço mais palavras quando digo Do tempo que dorido nos domina, A luta se mostrando cristalina A cada nova curva outro perigo, O vento se traduz em desabrigo O marco se perdendo aonde a mina Deveras que julgara e me fascina Transforma o que em verdade já nem ligo, Efervescência dita o dia a dia E nisto o quanto possa a poesia Gerando o tempo após o que se quer, No olhar mais delicado de quem ama, A sorte tantas vezes mata a chama E deixa por sinal esta mulher.
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Estando de campana a vida inteira Tentando pelo menos ter nas mãos Além dos dias duros turvos vãos A sorte que pudera derradeira, E quando no vazio o sonho esgueira Ousando nas angústias dos cristãos Os tempos sobre o solo ditam grãos, E nisto o que se veja enfim inteira Não tento acreditar no que não há E sei do meu anseio desde já Matando com ternura o fim do caso, E tanto quanto pude ser assim O mundo em reboliço dentro em mim Ainda dita a sorte onde me atraso.
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Não tento contra a fúria em vendaval Já não me caberia outra saída Senão acreditar na despedida E sei deste caminho menos mal, O rumo se ansiando por igual A luta sem apoio e desprovida Do tanto que pudera em nossa vida Vencer outro momento irracional, Esqueço dos meus dias e procuro Ainda que se veja árido e duro O solo aonde cevo esta esperança Renasço a cada morte e sigo em paz Enquanto uma alegria agora jaz E apenas o temor ainda avança.
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Já não me valeria acreditar Nas tantas heresias feitas sonho E quando novo tempo eu te proponho Ainda busco o tanto a se moldar, Não vejo qualquer sombra nem lugar Do olhar por vezes duro e até medonho No ocaso aonde o tanto te proponho Pudesse noutro passo desejar, O verso sem remédio e o tempo rude Ainda que deveras tudo mude Iluda quem se fez em tal razão O vento nos açoda e nos procura Depois da noite amarga e sempre escura Trazendo ao fim de tudo esta emoção.
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Quisera pelo menos um momento Aonde o quanto reste nos ajude A ser o que decerto ainda mude Deixando para trás o sofrimento E quando alguma luz invento e tento Depois do quanto a vida se amiúde Sem ter no meu olhar a juventude Ainda me sonhara mais atento. Respiro o que se faz felicidade E o verso noutro tom agora invade Na desvalida angústia que porfia A sorte sem saber da fantasia E o medo gera apenas tempestade Aonde se pensava em alegria.
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Escutaria a voz de quem tentasse Depois de tanto tempo dar as mãos E ter entre momentos quietos, vãos O mundo sem temer qualquer impasse E sendo assim o quanto demonstrasse Tramando a cada instante que os irmãos Cevassem com cuidados tantos grãos E nisto o meu caminho desenhasse, Não tento acreditar no que não veio E sei do meu andar em devaneio Vacante coração de um sonhador, Procuro pelos ermos do que um dia Noutro cenário apenas me traria Um mundo mais suave em franco amor.
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Não tento caminhar contra esta fúria Do vento que avassala este caminho E embora seja apenas mais mesquinho Resumo o dia a dia em farta incúria, Não pude desenhar em tanta injúria Somente o meu anseio e se me alinho Aos tantos que procurem novo ninho, A vida não traria tal penúria, Esqueço e não prossigo após o fato E quando tão somente o que constato Retrata a luta inútil vida afora, O tempo de viver já se perdendo O manto que me cobre em tal remendo Apenas na verdade mal decora.
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Exalas a presença de quem tinge O céu em tantas cores e prometes Os dias onde tanto me arremetes E geras noutro ocaso nova esfinge,
E sei do quanto possa e sempre finge Embora trace em rumos e me metes Nos planos entre foices canivetes E nada do que possa agora atinge.
Restauro dos meus erros novos tais E vejo que em verdade quando trais Trazendo em teu olhar esta vacância,
E bebo cada gole sem saber Do quanto poderia parecer A vida se tornando em vaga estância.
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No tanto quanto tenho e tento após Sentir a noite atroz que nos condena, A vida se anuncia em leda cena E nisto vejo a face mais feroz Do tempo sem saber sequer da voz E tanto quanto quis a vida amena Ao menos a verdade se fez plena Planando sobre o mar em leda foz, Representando os deltas da saudade Espero cada passo onde degrade O vento mais audaz e mais cruel, Não pude imaginar novo cenário E sei do meu caminho temerário Distante do que fora apenas véu.
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Represas a esperança aonde há tanto O verso se fez tolo ou poderia Ousar em noite frágil, mas vazia Tentando o que deveras mal garanto, Espero a solução e se me espanto O vento noutro passo levaria A sórdida presença da agonia E nisto se espalhando o fútil pranto, Esbarro nos enganos de quem sabe Que todo o caminhar já não lhe cabe E sente a profusão em erros tais, E sigo sem sentir nova saída Apenas desenhando em minha vida Os ermos e doridos funerais.
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Repare cada luz que não viria E volte a acreditar no tom sem nexo Da vida que pudera em tom perplexo Traçar qualquer lugar em fantasia, E nada do que reste moldaria Sequer no quanto possa mais complexo Tramar desta ilusão algum reflexo Tornando mais suave o dia a dia, Adio cada plano e sei do quanto Meu mundo noutro passo desencanto E invento alguma luz após o cais, Já não me caberia acreditar Sequer no quanto pude desenhar Após os dias vagos e banais.
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Semeio esta loucura e bebo o vento E quando no final esteja aquém Do quanto na verdade ora não vem, Embora permaneça mais atento, Redondamente vejo o sofrimento Ingênuo caminheiro sem ninguém Das margens do passado o quanto tem Expressa o quanto quero ou mesmo tento, Não vejo qualquer luz aonde um dia Vivesse com ternura a poesia Ou mesmo poderia ser diverso, Sentindo tal poder que não mais veio Apenas vejo olhar em devaneio E creio ser possível novo verso.
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Restando da esperança algum sinal Aonde o que se fez mais inclemente Trouxesse o tanto quanto ora se sente Em erro muitas vezes sempre igual, O vértice gerando apenas mal, O corte atropelando inteiramente Deixando para trás a velha mente Remete ao que se quis tão magistral, Não tendo outro momento senão este O quanto no vazio me envolveste Reveste o dia a dia em tons sutis E sei do tanto ou mais que se fizera Deixando para trás esta quimera E nela o que este mundo não mais quis.
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Já não me caberia outro cenário E sei do quanto a vida se prepara Deixando aonde quis a sorte clara Apenas este vago temerário E sei do quanto possa imaginário Vencer a solidão que se escancara E cada novo dia não notara O tempo noutro instante, este corsário, Expresso com meu verso o que não veio E sinto tantas vezes mais alheio O rumo se perdendo em noite rude, Amar e ter no olhar a imensidão E nela novos dias mostrarão O tanto que desejo e mais não pude.
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Presumo alguma sorte onde não possa Traçar outro momento ou mesmo ainda A luta que deveras se deslinda Deixando esta expressão atroz e grossa, No verso aonde o nada agora apossa Do tempo enquanto o verso ora se finda, A vida se anuncia e se bem vinda A sorte poderia ser mais nossa, Expresso com talvez rude palavra O quanto na verdade o tempo lavra Evito acreditar no que não sinto, E sei do marco atroz onde a promessa Sem ter seque valor hoje tropeça Deixando o sonho morto, alheio e extinto.
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Não tento apresentar além do ocaso Que tantas vezes sinto em minha sorte Qual fosse uma expressão que desconforte E gere aonde o tempo em vão atraso, E sei do caminhar em tal descaso Nadando contra a fúria deste norte E sinto da esperança o ledo porte, No verso que se fez em mero acaso, Respiro e neste fato satisfaço O tempo sem anseio onde o cansaço Não mais me desenhasse algum alento, Depositando o sonho em louca estância A luta se desenha em tal distância E nela o que aproxima é sofrimento.
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Não tento acreditar no que se faz Apenas por fazer e nada mais Os dias entranhando vendavais E o olhar se mostra mesmo este incapaz De tanto quanto a vida já não traz Sequer o que pudera sem jamais Tramar outros momentos onde iguais Meus olhos não veriam mais a paz, Respiro e de tal fato sigo após O quanto na verdade molde a voz Do insano desenhar em noite escusa, Estrofe após estrofe tento apenas Vencer o quanto negas e condenas, Enquanto a solidão enfim se abusa.
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Perceba o que esta vida nos prepara E saiba desta saga sem sentido E vejo o meu caminho resumido À dura sensação atroz e amara, Do tempo aonde o nada se compara Ao tanto que pudera e quando olvido Marcando com terror o descumprido Cenário aonde o tanto nos separa, A luta se adivinha após o porto E sei do meu anseio e quase morto Aborto os meus momentos mais felizes, E quando alguma luz surgindo além Expresse o que deveras sempre vem No fato mais atroz me contradizes.
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Levado pelo encanto destas ondas Aonde o mar se fez imenso e belo O tanto que deveras eu revelo Traduz a solidão por onde escondas As tramas mais diversas e respondas Enquanto o meu anseio em ti atrelo, O sonho quando em sonho imenso selo O verso não traduz o quanto sondas, Apenas outro passo para o nada Seara tantas vezes desejada Na sanha de quem tenta acreditar Nas tramas mais audazes da esperança, Embora na verdade já se cansa Quem tente noutro rumo se enfronhar.
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As transações diversas onde um dia Puído coração já não se faz Ainda deste sonho mais capaz Pousando aonde nada eu sinto havia, O verso sem razão não me traria Sequer o caminhar mesmo tenaz E tanto quanto busco em nós a paz O mundo na verdade não viria, E sigo o prazo e sei que na incerteza A sorte se desenha sobre a mesa Deixando para trás qualquer anseio, Depois de tanto tempo sem proveito O quanto deste encanto não aceito Expressa a solidão por outro meio.
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Viver e acreditar no que se trace Deixando para trás rastros e medos Ainda quando vejo os vãos segredos O tempo novamente em paz repasse
O mundo sem sentido em desenlace Diverso do que tanto quis em ledos Momentos produzindo desenredos E neles outros tantos desenhasse, Respiro um ar imundo solidão E sei dos meus anseios que trarão Somente a mesma queda após o fato Enquanto no meu canto sem valia Ainda se tentasse o quanto havia E sei que no final eu mal constato.
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Não vejo o quanto pude ter no olhar Sem nada que impedisse o caminheiro De crer ser mais possível o luzeiro Trazendo para os olhos verde mar O nada sem saber onde ancorar O barco se mostrando por inteiro E quando no final o derradeiro Momento nega o tanto a se mostrar, Já não mais ousaria na promessa De quem tanto querendo já tropeça E peça tão somente o que se faz, Ansiosamente eu vejo o meu momento E nele o quanto busco ou mesmo tento Pudesse ser deveras mais audaz.
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Na viperina sorte que nos toca A luta não se faz em claridade, O verso quando muito nos degrade E o mar derrama a morte em cada roca, O vento para o qual tudo desloca Marcando com terror e tempestade A cada novo olhar temeridade Expressa o tanto quanto a vida entoca, Restando muito pouco ou mesmo nada, A luta sem sentido desenhada Enfrenta o que se fez em noite escura, Depois de tanto tempo solitário O quanto se quisera solidário Agora nem a sorte em vão procura.
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