
Quando eu morrer
Data 12/03/2011 18:15:21 | Tópico: Poemas
| Quando eu morrer
Quando eu morrer, não digas a ninguém -que foi por ti Se o sol deixar de brilhar e a escuridão se refugiar no meu negro cofre -que bate cada vez que respiras, Não digas a ninguém que foi por ti
Quando de manha acordares, Relembra aquelas nossas tardes, Em que inundávamos os lençóis de beijos, Que perfumavas com o teu doce e forte odor Toda a decora penetrada que fazia subir O calor e o desejo dos tensos vultos
Sussurravas ao meu ouvido, com voz gelada e tremida. Aceito a dor que me percorre na espinha Da dura e pesada culpa das sentidas saudades Que o teu cheiro mantém vincado em mim, Realçante da tua explicável ausência, Como se uma lança trespassa-se o meu cofre
Morro das saudades que em mim permanecem Da tua simples e vivaz alma, Cobres com o teu negro manto, o meu frio corpo Do topo da estátua, até aos desmaiados pés, Que percorrem desvairadamente os teus negros E viciantes caminhos, que me levam á desesperada Tentação da tua perfeita fisionomia.
Cobre-me agora com o teu manto negro Manchado com o sangue que derramámos, nas Penetrantes e lindas horas que passámos juntos. Até acordares e veres-me assim inata, estática e falecida, Esperando por um último beijo teu, quente e impreciso, Que me possa retomar á vida para voltar a morrer em teus braços.
Não digas a ninguém meu amor… Que foi por ti!
Lady Magus Ba’rommis
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