
A MORTE
Data 12/03/2011 18:04:42 | Tópico: Poemas
| Numa noite escura e guiando o luar Que pelo amor segui em tua busca Oiço de longe a tua voz chamar Dentro da tua triste e fúnebre tumba
Passo os negros e altos portões E deambulo no meio do silêncio Oiço chorar todos os mortos corações Da deleitosa saudade levada pelo vento
Por entre as demais tumbas assombradas Sussurras com forte intensidade o meu nome Num pranto de lágrimas, tudo devastavas Na tua triste e fúnebre tumba, envolta em lume
Cessou o fogo a minha chegada Cessou o teu choro a minha companhia Espero, sobre a tua sombra deleitada A minha doce e desejada partida
Espero encontrar de novo o teu ser E com ele viver o que outrora a morte levou Deixa-me agora deleitar a teu lado e morrer Para satisfazer o que minh’alma tanto desejou
Tudo em mim desapareceu quando te foste Perdida andava a minha vida envolta em escuridão Por entre cinzas e mortos tu ergues-te E fizeste bater de novo meu coração
Aí vem ela, que sem pressas é demorada Figurada de mulher com enorme negro manto Ela, que por toda a gente é esperada E que perante sua figura, a minha cabeça levanto
Olho de frente aquele rosto sem feições Respeitável e inevitável figura Que com suspiros faz parar corações Curvo-me perante ela, esperando então a altura
Encosta o seu frio machado contra o meu peito Sussurra-me ao ouvido com voz dormente e pesada Pergunta porque eu tão nova e neste leito Quero pelo demónio ser levada
Levanto o rosto afogado em lágrimas Levo ao peito as mãos estancando a dor Relembro as páginas da vida por mim rasgadas E soluçando lhe digo, quero estar somente com o meu amor
A morte de espanto nem uma palavra proferiu Voltando-se na mão suada, o fatal antídoto colocou Afastando – se na escura e assombrosa noite, sorriu Foi também por amor que nisto me tornei, refutou
Olho de frente a tumba esperada Lembro todos os momentos de aflições Na palma da mão a vida ironizada Olho para o céu despedindo e gritando a plenos pulmões:
Morro se não te tenho em mim Desespero se de ti não receber beijo algum Ambiciono tocar para sempre a tua pele Quero-te para o infinito Lord Luciferum
Ingerindo o fatal antídoto e sorrindo Penso em ti e nas eternas horas de explendor Fecho os cansados olhos na tumba caindo Estou finalmente de novo a teu lado meu amor
Desvaneia-se o corpo em sinuosas cinzas Levadas pelo vento que outrora no rosto senti enfim Na triste e fúnebre tumba ficaram as nossas almas E o eterno casal apaixonado, amando-se por fim. Lady Magus Ba’rommis
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