
QUEM SOU?
Data 11/03/2011 09:03:10 | Tópico: Sonetos
| Quem sou? Talvez jamais importaria Apenas o que vaga em sombras quando A noite pouco a pouco vai nublando E a madrugada vejo atroz e fria,
Na gélida expressão do que não via A luta se desenha e me tomando O mundo quantas vezes mais infando A sorte na verdade, uma utopia.
Um medo se anuncia a cada esquina E o tempo de tal forma me fascina Gerando do que fosse solidão
A imensa noite em turvas eloqüências E bebo das sombrias coincidências Andando em busca apenas do porão.
Não mais me bastaria esta incerteza Tampouco este vazio sobre o quanto Do mundo noutro rumo sem, portanto Saber de alguma sorte em correnteza,
A vida se aproxima e de surpresa Apenas derramasse desencanto E vendo o que me resta e não garanto, Somente do passado, mera presa.
Ainda que se visse após o nada A lua quando muito esfumaçada Jogada sem sentido em pleno ocaso,
Embora ainda reste alguma luz, Ao todo já não tento e o que conduz Refaz a cada passo o mesmo atraso.
Apresentando os erros do passado O mesmo caminhar sem dimensão Exata de outros erros que virão Deixando cada passo sempre ao lado,
E quando a fantasia, audaz, a evado Não posso crer em dias que trarão Ainda o que se busque em solução Sabendo do caminho sempre errado,
Deixando para trás marcas sutis De tempos onde tendo o quanto quis Felicidade fora até mesmo possível,
E quando vejo a cena refletida No olhar atroz e ledo desta vida, Deixando para trás sonho impassível.
Já não comportaria uma esperança Em quem ao caminhar entre espinheiros Talvez inda expressasse verdadeiros Momentos onde o tempo em luz avança.
Mas quando se presume na lembrança Os dias onde ceve os teus canteiros, As sortes entre tais desfiladeiros Já não teriam mais qualquer pujança.
Ascendo ao quanto quis e nada veio, Somente o mesmo olhar em tal receio Enquanto o verso inútil se desenha,
Ainda quanto mais puder viver Sabendo do passado e percorrer O quanto ainda resta e nunca venha.
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Restasse do que fomos um sinal Ou mesmo algum momento em farto sol, A vida poderia num farol Trazer uma esperança em mar e sal,
Mas vejo a bruma imensa em meu quintal E o medo se assomando no arrebol, Impede o que se veja e deste atol O tempo se resume desigual,
Apenas o vazio em esperança A voz que sem sentido além se lança Tramando num naufrágio o fim de tudo,
E quando me imagino junto a ti, O tanto quanto possa já perdi E ao fim somente em vão me desiludo.
Quisera adivinhar algum momento Aonde a vida apenas me trouxera A imensa sensação audaz da fera Exposta num anseio onde me alento,
E bebo mesmo até do sofrimento E sei da voz atroz dura e insincera De quem ao procurar em leda esfera Espalha tão somente o que não tento,
Restauro mansamente esta figura Da vida que deveras me assegura Um canto mais suave ou mesmo em paz,
Mas quando se anuncia o fim do sonho, O tanto quanto resta e não componho Espalha além seu canto mais mordaz.
Jamais pude escutar além dos bares Os tempos são iguais ou mesmo rudes E quantas vezes; vens e desiludes E nisto novos dias mal notares,
Ainda quando muito ao mergulhares Nas ânsias de quem possa em atitudes Falar do que deveras mesmo mudes Inunde de ilusão diversos mares,
Restando a minha voz a companheira Que sei ser na verdade a derradeira Depois de tantas quedas vida afora,
Apenas o tormento se transforma E vendo mais precária cada forma O tanto que cultivo me devora.
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Um dia após a vida se perder Nos meus caminhos tolos, sempre sem Qualquer momento em paz e nada vem Somente o desandar de algum prazer,
E quanto mais eu tente e possa ver Apenas noutro olhar, mesmo desdém, A fúria se desenha e quando tem A teima refazendo o quanto crer.
Respaldos no passado? Quem me dera Apenas vejo morta a voz sincera E tento acreditar nalguma luz,
Porém o quanto vem não me permite Acreditar no todo além limite E o tanto no vazio me conduz.
Restando dentro da alma alguma sorte Diversa da que tanto procuraste, No quanto a vida trama em tal desgaste Jamais outro momento te conforte,
Espalho o meu caminho e tento um norte Embora no final me sonegaste A vida que se molde num contraste, Deixando o quanto quis mero suporte.
Deitando alguma vez em mansidão Os dias na verdade não trarão Sequer algum apoio e sigo alheio,
Invado o meu passado e vejo bem O quanto se mostrara e nada vem E sem apoio algum eu devaneio.
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Um tempo a se fazer imensamente Depois do quanto reste deste fato E quando no vazio eu me retrato A vida novamente volta e mente
Restauro cada passo e se apresente O mundo aonde o nada que constato Resplende sobre as fúrias e desato Os tantos caminhares, corpo e mente.
Apraza-me vestir tal ilusão E sei que na verdade não virão Sequer outros momentos mais felizes,
E quando no final ainda vejo A sombra mais sutil de algum desejo Sem mais qualquer motivo contradizes.
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O tempo não permite qualquer chance A quem se fez audaz e agora vendo A vida como fosse algum horrendo Cenário aonde o nada ainda alcance
Vestindo a hipocrisia nada avance E vejo o tempo em volta se perdendo Aonde se quisera algum adendo O manto se desfaz e ao fim se lance.
Reparo cada corte como fosse A sorte sem vontade em agridoce Delírio morto embora inda feliz,
Depois de tantos anos, solidão Expressa o que inda resta e desde então Jamais o quanto possa tento ou fiz.
------------------ Não vejo aquela a quem eu tanto tente Vestir em ilusão mesmo sutil, E o quanto na verdade não reviu Expressa o meu caminho imprevidente,
Apenas o que prezo ou se frequente Navega por cenário atroz e vil, Não resta com certeza a paz gentil E o verso se mostrara impunemente.
No seio da esperança a sorte traça Somente algum sinal, leda fumaça E a praça que tentara sem descanso
Exposta sem saber o quanto rege O tanto do meu mundo o vejo herege E bebo tão somente a dor que alcanço.
------------------------------ Nos seios do vazio me amamento E tanto acreditara noutro dia Embora saiba morta a poesia Ainda novo rumo em excremento,
Audácia se presume em sentimento Diverso do que possa e não teria Seguindo sem destino o quanto havia E visto o meu anseio em tal tormento.
Negar a minha sorte em dom atroz E nada mais pudesse mesmo após A sorte desenhar a solução
Vestígios da alegria que decerto Bebesse noutro rumo e se deserto Invado os velhos dias desde então.
Na lividez expressa no não ser A sórdida presença do que um dia Pudesse imaginar e não teria Senão a mesma face em desprazer,
Ainda quando muito possa crer No farto caminhar sem alegria E nisto o quanto vale a poesia Impediria até de amanhecer,
No medo que se estampa a cada ausência E nada do que possa em penitência Vagando sem sentido em noite turva,
O temporal descendo sobre nós O dia que se mostre mais atroz Enquanto a solidão uma alma encurva.
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Serenos entre gélidos cenários E nada do que se expressa em verso e brilho Ainda quando possa eu não polvilho Vagando pelos vãos itinerários,
E os dias mesmo quando necessários Encontram no passado o velho trilho E desta solidão este andarilho Esbarra nos momentos temerários,
Apresentando a conta a se pagar O mundo não trouxesse algum lugar Somente o que se expresse em vago passo,
E quantas vezes rude e sem sucesso Apenas o temor que ora confesso Expressa o que deveras tento e traço.
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Desnudo uma esperança aonde o nada Resume o quanto pude e mesmo quero, E sei da solidão quando sincero Vivendo sem saber a velha estrada,
E beijo a minha escusa madrugada Nadando aonde o tanto que ora espero Adentra o meu caminho e sei do fero Momento sem sentido em alvorada,
Apresentando o fim após a sorte Diversa que deveras não conforte E nada mais se vendo senão isto,
Ainda quando vejo o fim de tudo, No fim ao não mais ter me desiludo, Porém inusitado não desisto.
Um tempo que pudesse singular A vida não seria tanto assim E vejo o quanto vivo dentro em mim Adentra e penetrando a jugular
Explode noutro insano e rude mar, Deixando sem sentido o meu jardim, Encontro a solidão e sigo ao fim Sem ter e nem sequer mais descansar,
Ausento da esperança e bebo a morte E nisto o quanto resta e sei conforte Comporte cada incêndio e fogaréu,
Não posso e não teria noutro tom A vida como fosse um raro dom, Embora tantas vezes mais cruel.
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A vida em ares lúcidos talvez Pudesse me alentar, mas o que faço Se eu tento navegar em ledo espaço E bebo sem sentido o quanto fez,
A sorte não se importa e desta vez O rumo se moldara no cansaço E vendo o meu caminho em cada passo O prazo desvalido onde não crês.
Ainda que permita algum instante Meu mundo no final nada garante Somente esta presença sem sinal
Algum do que pudera acreditar Marcando com terror o que encontrar Deixando uma esperança no final.
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A vida violenta cada sonho E sei do que afinal já não consigo E venho do passado em desabrigo E quando alguma luz ora proponho
Meu mundo se anuncia mais bisonho E tanto quanto possa estar contigo Enfrento o quanto resta e não mais ligo Vivendo tão somente o quanto oponho,
Vestígios de alegria? Mero ocaso E sei do quanto possa e não me aprazo Somente bebo a sorte sem sentido,
Depois de tantos mundos solidão, As horas noutro rumo em estação Diversa traz o sonho desvalido.
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Adormecer a noite em solitária Vontade que jamais se cumpriria E espero sem sentido algum o dia, Embora a noite seja necessária,
Vagar a madrugada em cor tão vária Bebendo cada gole em fantasia A luta no final não mais traria Senão vontade amarga, uma adversária.
Espero cada voz que não viera E bebo sem saber a sorte fera E deixo para trás cada momento,
Ainda que pudesse acreditar Nas ânsias mais felizes do luar, O tanto quanto quero já nem tento...
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O vício que permita sem limites O gozo magistral em cada engano, E quanto se levanta ao fim o pano A peça que se faz e te permites
Expresse muito além do que acredites Marcando com terror onde me dano Bebendo o teu sentido mais profano E neles outros tantos quando agites
Resulto do que fora simplesmente A vida sem temor e quando mente O tempo não presume novo encanto,
Apenas desarmando o passo em vão Cevando o que amortalha a dimensão Exata do caminho em medo e pranto.
Num mundo enfastiado em medo e dor O tanto quanto possa em diferente Caminho aonde o nada se pressente Marcando sem saber aonde for,
Grassando sem ternura em leda cor O tempo se anuncia em voz fremente E o quanto se anuncia de repente Impede cada sonho em pleno ardor,
Vestígios de momentos mais felizes, Aonde o quanto possa não mais dizes E vives tão somente por viver,
Aprendo com meus restos e te vejo Deitado sob as sobras do desejo Amortalhando os dias sem prazer.
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Blasfêmias? Nada disso companheiro O vértice se mostra em perigeu? O canto se anuncia e se perdeu Matando desde já meu derradeiro
Momento aonde pude verdadeiro Vagar sem ter destino aonde o meu Cenário noutro tanto se esqueceu Do manto mais audaz ou corriqueiro,
E quando sem destino sigo aquém Do quanto na verdade já contém A vida sem sentido e sem razão,
Apenas poderia acreditar Na morte pouco a pouco a me rondar Marcando com terror imprevisão.
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Olhar quando crispando em tédio e medo O vento se aproxima e traz enfim O tanto que pudera e sei de mim Marcando com terror cada arremedo,
E sei do quanto pude desde cedo Vencido pelo caos. É sempre assim A noite se entranhando no jardim Não deixa que se veja além degredo.
E tanto quanto eu possa imaginar A morte se anuncia e sem lugar Aonde mais pudera noutro instante
Apenas a mortalha hoje me ronda Enquanto uma esperança traz em onda Somente o que este luto ora garante.
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Jamais se apiedasse de quem tanto Ousando noutro tempo nada leva Somente a solidão da imensa treva E nisto se desenha o seu quebranto,
Ainda que me reste apenas pranto, A vida noutro ponto não mais ceva Seguindo a solidão enquanto neva Minha alma se inundando em tal espanto.
Encontro sem saída qualquer passo E vejo o quanto possa e nada traço Somente o mesmo fim sem ter saída
Depois de certo tempo me iludindo O tempo se anuncia agora findo E deixa para trás restos de vida...
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Na viperina sorte o que se faz Embora se mostrasse ingratidão Os dias que decerto não virão Semeiam cada passo mais audaz,
E o peso se demonstra contumaz E nele cada dia de verão Ainda não presume a solução Tampouco desenhasse a mansa paz.
Jogado sobre as pedras, vejo o barco E quando o meu caminho se fez parco Um arco de promessas em ruptura
A festa determina o fim de tudo E sei que na verdade se me iludo Apenas esperança a voz procura...
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Uma irrisão enorme, a vida traz E molda sem sentido algum a sorte E nada do que possa me conforte Somente o mesmo tempo contumaz,
No olhar de quem amara, Satanás Nas mãos de quem anseio, vejo a morte E tanto se perdendo sem suporte O dia noutro tempo em dor tenaz.
Ausento de mim mesmo e me procuro O tempo quantas vezes mais escuro Depuro o verso em vão e tento o riso,
Embora saiba bem desta ironia, A luta na verdade não viria E nada do que possa é mais preciso.
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Efêmeros prazeres, noite vaga E toda esta incerteza ronda o passo De quem ao mergulhar já me desfaço E bebo a solidão da dura plaga,
Ainda quando a sorte em vão afaga O medo na verdade atroz devasso Encontra a solidão e sei do escasso Caminho antes da ponta desta adaga.
Responde-me decerto a solidão E vejo a minha vida em mesmo não Ausento dos meus dias o que eu quis.
Singrando este vazio imenso, o mar Que tanto pude um dia desejar Expressa o que não fora tão feliz.
Do ventre da cadela a sorte vem E ronda na matilha sem temores E segue sem saber por onde fores Olhando tão somente com desdém,
O verso enverga o sonho e nada tem Somente ausente em nós vagos albores, E sei do quanto possa em ledas cores E vejo no final sem ter ninguém,
O prazo determina o fim do sonho E quando apenas vão me decomponho Bebendo o mesmo amargo que a saudade
Expressa noutro tom sem liberdade Ousando pelo menos ter nas mãos A audácia feita em sonhos, solos grãos...
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O quanto na verdade me escolheste E nisto o pouco ou nada que ora deste Gerando com terror o medo e a peste E nisto outro cenário concebeste,
O rumo sem sentido percebeste E quanto mais sonhara ser celeste Ao vislumbrar a queda em solo agreste O sonho sem sentido já descreste.
Não pude e nem tentasse de outra forma A sólida presença que transforma E molda do vazio alguma luz,
Na mesma escuridão nada se vendo Apenas o que sou, vou me perdendo Do quanto desejei e decompus...
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Em asco medo e quedas sigo a vida E sei da negação a cada prazo E quando meu caminho agora atraso Enfrento a solução em despedida,
Ainda quando possa esta ferida Gerada sem sentido num ocaso Depois de certo sonho aonde acaso Pudesse desejar outra saída,
Viessem tempestades onde apenas Ao nada sem saber tu me condenas Matando pouco a pouco o quanto resta
Depositando o verso no vazio Eu bebo o quanto possa em desafio A luta se anuncia mais funesta...
As chamas onde tanto poderia Ousar em frágua e festa ou nada mais Do quanto se desenha em siderais Caminhos onde a sorte não se via,
Apenas desenhando em agonia Os ermos que comuns e rituais Desenham noutro erros tantos quais A luta sem sentido se faria,
Desdenhas o que trago e mesmo assim, Acendo com terror tal estopim E vejo esta explosão ao fim do todo,
Amar? Mero brinquedo e tão somente A morte com ternura já desmente Trazendo finalmente o brando lodo...
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Seqüela da esperança o verso expões E neles outros tantos; bem pudesse Deixando para trás a velha prece E nelas outros erros que compões,
Apenas se perdendo em meus peões Os jogos onde tudo ora se esquece E o medo simplesmente se obedece Vencendo sem saber tais emoções.
Negar outro cenário e ver adiante O quanto sem ternura se agigante Matando doravante uma esperança
Meu tempo se perdera noutra cena E o canto sem sentido me condena Enquanto o luto toma e sei que avança.
Um monstruoso enfado e nada além Do tanto quanto quero e não viera Marcando com terror a velha espera E nela o que se mostra diz desdém,
Apenas o que tanto me convém Anseia outro momento aonde a fera Ferrenhamente mostra mais sincera A senda aonde o nada sempre vem.
Resumos de momentos onde o fim Gerasse tão somente o que há em mim Matando outro momento, uma esperança
A voz que não se faz diversa em paz, O germe da alegria não me traz Sequer o que inda vive na lembrança.
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Odeio simplesmente cada dia E vejo o fim do jogo como a paz Que tanto se procura e sigo atrás Do mundo que jamais revelaria,
A voz desta temível agonia A força sem ternura e mais mordaz Aprendo o quanto custa ser tenaz E bebo desta tarde mais sombria.
Sem medo do que eu possa ou mesmo tenho Somando com terror o desempenho De quem se fez somente em sonho e festa,
Uma álgida verdade dita o fim, E bebo do que possa sem enfim Cevar o quanto tenho e não se presta...
Um instrumento feito em luz e glória Depois de tanto tempo se perdera Ainda quando a vida feita em cera Mudasse com certeza a sua história
Ascendo ao quanto fora merencória E blindo o meu caminho onde vivera Apenas ilusão e concebera O canto noutro rumo, em vã memória
Até que se permita acreditar Na sorte imaginária de um lugar Aonde descansar pudesse além
E sei do quanto resta ou mesmo veja Deixando para trás a malfazeja Vontade de tentar e nada vem...
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Perversidades vis em versos quando A senda se anuncia sem saber O mundo desenhando a se perder No tempo ou noutro tanto desabando,
O marco aonde o rumo desenhando Não deixa nem sequer o que irei ver E sigo sem sentido e conceber Um mundo sem temor em tom infando.
Não possa na verdade ser deveras As somas entre tanto quanto em feras Apenas as saudades ditam luzes,
E sendo de tal forma o dia a dia No quanto se perdera e não viria Ao ermo de meus erros me conduzes.
Não possa acreditar e mesmo tendo O olhar sem mais destino ou cais após A vida se renega em leda voz E o tempo noutro tanto é mais horrendo,
Ainda quando vejo em dividendo O mundo se anuncia mais feroz Resumo do que possa em tom atroz, Não tento outro cenário ou mais desvendo
Resgato cada passo aonde um dia Pousasse dentro da alma a poesia E nisto o meu final não mais se dera
De forma violenta ou mais sutil E quando dos infernos emergiu A solução exposta em noite e fera...
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Espuma em ódio atroz a mocidade Adormecida ou morta noutro canto, E sei do que pudesse em desencanto Enquanto a própria vida ora se evade,
Ainda que se veja outra saudade Marcada com terror em ledo pranto O verso se anuncia e se me espanto Enfrento sem saber realidade,
O mundo se presume de tal forma E quando o quanto resta me transforma Sedento beduíno em aridez,
O tempo de tal forma se promete E o quanto no final já me arremete Expressa o que esta vida ora desfez.
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Dos fogaréus imensos da saudade Toando dentro da alma a solidão Os dias entre enganos moldarão Apenas o que tanto se degrade,
Necessitando enfim do quanto agrade E veja noutro dia a dimensão Dos erros onde tanto se verão As sombras do que fosse realidade.
Enfrentarei os mares e oceanos A vida a cada dia muda os planos E traz a solução e mesmo o fim,
Ainda quando pude acreditar Nas tramas onde o sonho a devastar Matasse sem pudor cada jardim.
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Pudesse na verdade acreditar Em anjos ou talvez em passos nobres, Mas quando com terror agora encobres O quanto me restara de um luar,
Apenas o que pude imaginar Enquanto com temor logo recobres As ânsias entre dias e descobres Somente o quanto pude desejar
Não vejo mais a chance de sentir Nas mãos o quanto reste de um porvir Negado sem saber de qualquer traço,
Adentro este momento e nada vejo Somente o desandar a cada ensejo Morrendo onde deveras me desfaço.
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O sol quando inebria o sonhador Expressa além do verso sem que a sorte Impeça o que decerto inda comporte Marcando com seu raio encantador,
Porém ao renegar a imensa cor Do quanto se quisera e não suporte Meu passo noutro tanto não conforte O rumo aonde o tempo trouxe a dor,
Reparo cada engano e vejo apenas Ao quanto na verdade me condenas Matando com imensas ironias,
Depositando o fim aonde um tempo Gerasse tão somente o contratempo No fundo nada mais tu me trarias.
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Inebriadamente eu sinto o fim de tudo E nada mais se visse senão isto, E quando no final tento e desisto Ao prazo mais audaz já desiludo,
E quando sem sentido me transmudo Ousando acreditar enquanto insisto Vagando sem sentido aonde existo Deixando para trás o sonho mudo,
E quanto poderia qual canário Estar onde se fez imaginário Meu mundo ocasionando nova queda
Ao fim do tanto quanto pude ver Apenas desvendando o desprazer A sorte no vazio se envereda.
Um peregrino espera algum descanso E andasse contra o vento ou temporais Gerando dentre enganos outros tais E nisto o quanto quero não alcanço,
Meu mundo que julgara sempre manso Os dias com certeza são venais E brindo com meus erros desiguais Momentos onde o verso em vão eu lanço.
Apresentar o fim da minha senda E nada do que possa ora desvenda Contendas que acumulo dia a dia,
No preço a se pagar envolto em nada A sorte se apresenta desnudada E apenas o vazio se veria.
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Das nuvens alimento cada verso E bebo dos meus dias sem saber Ainda o quanto possa conceber Se nada do que tente eu desconverso,
Embarco no meu mundo e tanto imerso Nas ânsias mais audazes do querer Falazes tempestades possa ver, E nisto outro momento ora disperso.
Jazigos da esperança que cultivo E quando no final sem lenitivo Apenas o meu mundo se desdenha,
A sombra do meu canto sem valia Enfrenta a noite amarga e não traria Sequer o quanto possa e me convenha.
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Um pássaro vagando pelo campo E tendo em suas asas liberdade, Ainda quando o tempo agora invade Nos ermos dos meus sonhos eu acampo,
E sei enquanto vejo um pirilampo Da sorte em sua frágil claridade E nada do que possa com saudade Com sonhos mais audazes eu destampo.
E tento adivinhar o que inda seja Diverso da vontade benfazeja Audaciosamente morta há tantos anos,
E sei dos meus caminhos onde a cura Não trace o que deveras se procura Sementes do passado são enganos.
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Ao se entregar a vida com temor Não pude imaginar a dimensão Dos dias que decerto não trarão Sequer o quanto quis em clara cor,
No tempo desenhando o desamor A sorte em completa ebulição Os erros costumeiros, dimensão Diversa da que possa em medo e dor,
Não vejo algum anseio e bebo só Do todo que tentara sequer pó, A marca se aprofunda em tom atroz,
E nada do que veja num repente Expressa o quanto quero e já se sente Deixando uma esperança para após.
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Enquanto no vazio me aprofundo E veio tão somente o mesmo olhar Marcando o quanto pude desejar E nisto sem saber vou vagabundo,
E traço sem sentido qualquer mundo E nele o que se veja a divagar Não deixa qualquer sonho em seu lugar E tece o meu anseio mais profundo,
Não tendo melhor sorte sigo assim Vivendo desde sempre o mesmo fim, Audácia não traduz felicidade,
O errático planeta se perdendo Meu mundo noutro tom que sei horrendo A vida a cada passo se degrade.
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Tranquilamente tento algum descanso E nada do que possa se apresenta Gerando na verdade o quanto tenta A sorte que viera num remanso,
E quando sem saber ao fim me lanço Bebendo desta sorte mais sangrenta A luta se desenha violenta E sei que sempre caio ou mais balanço,
No prazo sem sentido e sem razão A vida se adivinha em dimensão Diversa da que tanto pude ver,
Ainda quando tento outro caminho O verso se apresente mais daninho E mata o quanto eu pude conceber.
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Negar a sorte e ter no olhar apenas As horas dolorosas de um passado Ainda que pudesse desenhado Vivendo o quanto resta e me condenas
E sendo que talvez quando envenenas Marcasse o meu anseio lado a lado, Deixando outro caminho desdenhado Cedendo sem saber as velhas cenas,
Somente se aproxima do final O tempo que pensara desigual Do quanto se resume o dia a dia,
A morte que nos traz angústia e medo, O dia se anuncia em desenredo E o tempo noutro sonho morreria.
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O mundo sem sentido e nada vinha Somente a solidão rondando a porta E nada do que possa em senda morta Traçando a sensação dura e daninha,
E quando no final a sorte aninha Apenas no vazio e pouco importa Semente do não ser tanto deporta Marcando a minha vida ora mesquinha,
Encontro a mesma fonte incandescente E nela nada até já se apresente Tramado outro cenário em tom diverso
E bebo desta espúria sensação Do tempo no vazio e não verão Meus olhos outro sonho ou universo.
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Sedento dos meus sonhos nada tendo Somente esta semente onde a luta Expressa o que pudera e não reluta O mundo noutro tom ainda horrendo,
Não vejo tão somente o que desvendo E vejo outro cenário aonde astuta A vinda não pudesse ser mais bruta Matando o que inda resta em dividendo,
No prazo sem saber o que viria O tempo noutro tanto em alegria Ao menos a verdade não se faz,
Sabendo o quanto pude e não se quer, A vida se desenha sem sequer Sentir o que pudesse mais audaz.
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O pão e mesmo o vinho se perderam Nos ermos da esperança de quem tenta Vicejo no vazio da tormenta Enquanto novos dias conceberam
Apenas os momentos que viveram Os olhos sem saber aonde a atenta Vontade poderia ser sedenta Da luta que deveras precederam,
A mortalha se faz e quando tece A sorte noutro engano e não se esquece Senão a mesma lúbrica vontade,
E o prazo não termina e sei do quanto A marca do meu mundo em desencanto Aos poucos cada passo já degrade.
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Não tento caminhar onde se visse A morte ou mesmo o caos dentro do peito, E quando no final ou deste jeito O sonho se apresenta qual crendice,
Amar decerto é forma de tolice E sei do quanto possa e mesmo aceito Desvendo a solidão quando me deito, E bebo o que me resta em tal mesmice
Negar alguma luz quando não veio Olhando para trás algum receio Expressaria apenas esperança,
Mergulho neste abismo e vejo apenas Aonde com certeza me condenas E à fúria do não ser a vida lança.
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As cinzas do que fomos vejo agora E nelas entre tantos me percebo, Ainda quando o tempo onde me embebo Apenas o vazio nos ancora,
E sinto a solidão enquanto aflora E marca cada passo qual placebo Cerzindo o que me resta e não recebo Sequer a sensação de quem demora
Vestígios em litígios barcos sonho, E o mar que na verdade mal componho Agindo como fosse uma cascata,
Invade toda a praia e nada reste Ainda quando vejo o solo agreste A solidão que invade já me mata.
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Não tendo qualquer chance sigo ao fim E brindo com meu medo o que viria Ousando sem saber da fantasia Enfrento tão somente o quanto vim
Vestindo a hipocrisia dentro em mim, Buscando sem sentido a sintonia E nela muito pouco poderia Marcar o quanto tento e vejo enfim,
Não pude e não tivera a menor chance Do quanto se pudesse e num relance Expresse a solidão sem medo e sigo
Após a tempestade sem destino E quanto mais me mostre eu não domino Sequer o quanto vejo em tal perigo.
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Das queixas costumeiras de uma vida Jorrando nas cascatas da ilusão, Ainda com certeza se verão Os ermos de uma estrada mais comprida.
A sina de tal forma a ser cumprida Entende o que se molde a dimensão Diversa do que trace em solução E nisto esta vontade desprovida
Da luta sem proveito e sem saber O quanto poderia mesmo ver Ainda que se veja no final,
O rústico momento em temporais Ou veja noutro rumo velhos cais E nisto outro cenário desigual.
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Reparo cada dia e vejo o fato Aonde o não combina com meu tudo, E sei do quanto possa e se me iludo Ainda na verdade outro retrato
E o prazo sem destino não constato Resumo de outro engano e não ajudo Semente de outra farsa e mais agudo Meu tempo no vazio ora resgato,
E sei deste regato, solidão, Vencendo o dia a dia desde então E nada do que possa se aproxima
Do tanto quanto quis e nada houvera Deixando para trás a simples fera Marcando com terror o ledo clima.
Não tente adivinhar o que não veio E saiba o meu momento sem sentido E nisto o quanto tento e mal lapido Impede este cenário em tal anseio,
E bebo da morena em cada seio Uma vontade e sei desta libido Ou mesmo do caminho adormecido E nele na verdade em devaneio,
O prazo se findando em tom sutil, O quanto se quisera e não se ouviu Senão na tempestade corriqueira
Das brumas mais ferozes nada vejo Somente o quanto possa e noutro ensejo A vida me sonega outra bandeira.
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O quadro se ansiando noutro fardo E o vento não pudera adivinhar O rumo sem sentido a navegar, E quando novo mundo ora retardo,
A solidão expressa o mesmo cardo E nisto mo quanto possa ruminar Apenas poderia me mostrar O meu caminho aonde fora um bardo,
Legado de uma vida sem que a sorte Talvez trouxesse todo o meu aporte E nada do que possa sem saber
A vida se aproxima de outro engano E sei do quanto tente e se me dano, A luta não pudesse esmorecer.
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