
Um Grão de Loucura
Data 10/03/2011 19:03:49 | Tópico: Poemas
| Um grão de areia não tem cor, não tem cheiro, não tem sabor pode ser chutado, pisoteado, esmagado, não sente dor...
Um grão de areia é essência do deserto sem vida. O lar do escorpião E da cobra que serpenteia, como se a vida, fosse eterno verão
Um grão de areia moldado pelo vento, forma as dunas de curvas sinuosas que te fascinam. Tem a cor do ouro, na despedida das tardes que terminam
Um grão de areia forma a praia onde descansas. De onde se avista o mar, e a beleza da onda que dança
Um grão de areia aquecido, forma o vidro que faz teus óculos, tua lupa, teu telescópio. Misturado à prata bendita, faz o espelho onde te fitas
Um grão de areia aquecido, faz a garrafa de teu vinho do Porto. Faz também, o pequenino frasco onde guardas o teu teu perfume. Ou o veneno, que te faz morto
Um grão de areia junta-se ao barro que os teus pés suja, ou ao cimento que o sobrepuja, e faz a casa que te abriga. O lar, para tua vida
Faz a cela que te castiga, faz o templo onde a teu Deus você grita, mas que às vezes te é surdo Pois você, também nem sempre nele acredita
Um grão de areia cai na ostra e se transforma em pérola. Ou cai no teu olho e reclamas: Que diabo! Que grão do Inferno!
Um grão de areia é assim. Pequenino e sem vida Pode ser tudo, e pode ser nada. Pode ser até, fique a vontade, o mote do teu poema na madrugada.
Rudá
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