
CÉUS, A MIM
Data 16/09/2007 10:56:03 | Tópico: Acrósticos
| CÉUS, A MIM
Lentamente o avião começa a andar. As rodas giram, Eu não as vejo e não as sinto, Mas elas estão lá.
A velocidade aumenta E imagens correm lá fora Sombras, correntes de cores. Um sentimento estranho, bizarro, apelativo instala-se.
Sinto o meu corpo a crepitar.
E as sombras ficam para trás.
E o chão perde-se lá em baixo.
Está ainda de noite E as luzes, tão nítidas. Padrões variados comprovam o chão: Ele está lá Onde luzes estão.
E o ruído! Ele esteve sempre lá Jogando com a velocidade.
Luzes anónimas, perdidas, Deveras, elas não precisam de nome para o que fazem, Um infinito mapa de estrelas. Parecem ter-se cansado do aborrecido vazio do céu.
Montanhas, estádios, pontes.
Subimos
Nuvens chegam, Para ficar. Nuvens densas primeiro, Farrapos e nevoeiro e laranjas.
O ruído aumenta. O borbulhar de algo sólido, Como se desejasse a liberdade do liquido. O ruído ouve-se, sinto-o.
Mais laranjas, Luz matinal, reveladora. O doce orvalho dos céus, Trás tormento aos meus olhos cansados, Noctívagos.
Asas sempre paradas, lá fora. O mundo perde-se. Só há luz e as cores do céu. E as asas, claro, Ainda lá estão.
A luz veio para ficar: Será uma longa viagem. <br />i
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