
SEDE
Data 18/02/2011 13:06:05 | Tópico: Poemas
| Sede - por - Lizaldo Vieira
Da-me um pote dagua Eu tenho sede Saciar a sede Pode libertar Inda dizem tempo bom Sol quente no horizonte Ceu azul Abrir a torneira Usar o banheiro É nada fácil Com nada d´agua Nem um pingo pra remédio Nem um gole Num calor de rachar Vê-se logo que o inferno não fica distante Coexiste ao lado Falta d’água Falta o regado Falta o BOCADO Falta a vida Que água irriga Que enche o pote Barriga vazia Como jiboiá Se água falta Experiência dramática Que o nordeste esbanja Ninguém se comove Com esse drama O gado geme O homem morre A terra escalda O riacho racha E o bode cospe fogo A vida morre Fica a pergunta Quem nos acode Quem nos socorre Dessa desgraça Quem nos removerá Dessa farsa milenar Insistentemente anunciada Das tantas sedes Também tenho sede Não só de água De igualdade De liberdade De dignidade Também de armonia Também de poesia
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