
Matam o junco
Data 18/02/2011 01:33:35 | Tópico: Poemas
| Matam o Junco -Lizaldo Vieira Lá na capela Minha cidade Bela Uma válvula de escape se acha Um monumento de vida O ícone guigó da Mata atlântica Uma mata que assam Devoram Atacam Devastam E mal tratam Do império da cana Ao estagiário de "Nero’ O "queimador".. Lá no junco é assim Uma mata biodiversa se torra Estoura-se Detona-se Sem dó e sem pudor Só por bel prazer E festa Só brincadeira carnavalesca fora de época Acham que ali é um luxo Ser preservado É lixo Deve ser queimado Tudo é festa
Nada presta Nem mesmo a água de beber Nem a brisa que de lá sopra Lê do engano Falo da mata Que tem ciência E cura doenças Que tem riacho Com água boa de beber Que dá frutos aos cachos Pra se comer Até a fonte dá-gua viva Já ensaiaram de vender Mais lá resiste " guigó " Resistem bichos e nichos Da biosfera Que é RESERVA.de oxigênio Querendo livrar-se das feras Querendo viver Não adianta Não tem previdência Cadê consciência Sobra ganância Do podre poder da arrogância Pra acabar a fauna Pra queimar a flora Pra devorar a vida Pra tudo corroer E tiram lenha E tiram madeira E tiram do riacho a areia E levam lixo E levam esgoto pro lagartixo Por ali já se vê caxixe Já não se pode mais viver Nem mesmo teia de aranha Que no ar se desenha Naquele lugar não há lugar Pra que periquitos Pra que teiús e preás Pra que paca e cotias Tatus e tamanduás Até já se vê jia Virando petisco no bar Pra que vida Pra que água Pra que beleza Nessas terras escravas De"Nero " e "ali babas" Aí! Meu Deus Quem dera pernas Quem asas Nessas matas atlânticas Pra onde e voar
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