
MALDITO CIGARRO
Data 06/02/2011 16:33:30 | Tópico: Poemas -> Droga
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Acendo um cigarro, num movimento maquinal; ancestral gesto, que tem perpetuado no tempo.
Fico expectante, vendo o fumo expelido, a ir-se pelo ar, a se movimentar, bem fora deste meu corpo, tão ofendido.
E esmurro o cinzeiro, enquanto escrevo, esta devoção, minha extrema-unção, que à Indústria Tabaqueira, muito devo.
Quando tinha seis anos, quem me disse, que o cigarro mata e traz catarro? Ah, Ninguém me o disse, que bem o visse!
Fumo mais quando escrevo minhas poesias. Parece uma bengala sem gala nem uso, com que levo os meus parcos dias.
“Fumar Mata”; bem diz a caixa inda lacrada. Pois se assim é, reponham o rapé, que era moda, para a narina mais rematada.
Mas os milhões de divisas que o tabaco gera, não acabará, nem findará, com o negócio, que origina, tamanha guerra.
E assim, continuo minha demanda, de gente, triste, de braço em riste, contra meu vício: em nada ele é complacente.
Ah, mas quando mais ninguém o vir ou supuser, largarei de vez, esta insensatez, e na boca porei, o que mais à mão então tiver.
Jorge Humberto 06/02/11
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