
Alma do povo
Data 31/01/2011 09:38:28 | Tópico: Poemas
| Oh alma que cedo de mim partiu! Se partiste foi porque quiseste? Aflorando meu corpo em prisão Ferida que em mim abriu
Alma, alma! Por onde escondes? Não de encontrão No sótão da minha solidão
Quão cedo te foste Ao encontro do vazio O alma que partiste Em pés de abrote
Há esse silêncio em mim Na alma que partiste Esqueceste de mim?
Alma naufragada Que nem pode ser salgada de salvar A tristeza dessa certeza É que não tenho a repesa Nem se de mim te despediste
Oh alma, alma Que cedo de mim partiste Nem o José Quando toma seu bagaço Escuta teu cansaço A porta do café
E a Dona Antónia Ainda espera tua chegada Relembrando tua partida Qual bravo pescador
Oh alma, alma Que é minha Mas também do povo No mar que nos Aguava
Se moras no meu centro Porque não encontro Teu suspiro Quando a guitarra Toca meu retiro
Ai Dona Antónia Dona Antónia! Eu respiro, eu respiro Respirada sem precisar Chamando a alma Para a nos se juntar Ai Dona Antónia Ainda ontem disse ao José Que essa alma é tudo Que se vê Mas o José retorquiu Viva Portugal!!! Que a alma e banal Tomei o café e sem abrir meu silencio Me retirei do José De saída desse café Onda a alma não estava escondida Me encontrei com a rua Entre lampiões Que só gastam e nada dão procurei Essa alma e uma pequena estalada
Alma, alma que me acalma Levei essa estalada Porque retirei uma Palavra ancorada E foi logo mal empregada A uma garota de esplanada
Mas não tenho medo de me embalar De construir a saudade perdida Alma, alma Eu só te quero encontrar Podes voltar Estas perdoada E nem pelo povo Serás censurada
E me embalo novamente Por esse passeio Por essa rua recorrente
O José sai de traz Que eu também sou gente Povo, povo E neste lodo que se tornou Portugal Que me afunda a alma em tal temporal Que o mar se acalma Pedindo essa alma
E se a lavadeira Não serve para rouparia O capitão perde a alma no vinho da mascaria
E depois da garrafa vazia Tal e qual o corpo Quando cheio apreciado Quando vazio desprezado Agora porra que porra? Porque também me faz falta Que alguém possa animar a malta Oh Dona Antónia Por acaso se vir a alma Peça-lhe com calma Para me escrever Porque vou viajar para a alma procurar E assim me despeço da alma Da Dona Antónia com um beijo De muita calma Sem lágrimas para recordar Na alma que cedo de mim partiu Se partiu foi porque quis Que cá eu!! vou mas é ser feliz.
Porque a morte não sei se é grande ou pequena, Mas!! A vida sei que não é eterna.
PS:
José atenção às diabetes não bebas tanto café senão tua alma um dia perde a Fé.
Dona Antónia se a alma vir, lhe peça para me escrever a sorrir
Quanto ao povo vou-me embora porque já não a alma que te aguente.
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